Record (Portugal)

Com Varandas para o futuro

O ARRANQUE DA NOVA LIDERANÇA LEONINA PRECISA DE SER ACOMPANHAD­A COM BONS RESULTADOS NA RELVA. FORA DO CAMPO, A LISTA ESTÁ RECHEADA DE GENTE COM GRANDE QUALIDADE

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O Sporting entrou na sua nova era pela porta grande. Um ato eleitoral brilhante. Um novo presidente prometedor. Um candidato vencido irrepreens­ível.

A lista do novo presidente

está recheada de gente com grande qualidade – carreiras sólidas, auras honestas –, que não precisa do Sporting para ganhar um salário alto ou andar num bom carro.

As primeiras semanas da nova

liderança precisam de ser acompanhad­as com bons resultados sobre a relva. É essencial que os jogadores não sintam o peso da responsabi­lidade a retirar-lhes a autoconfia­nça necessária às boas exibições. Por vezes querer mostrar serviço, lealdade, empenho, retira a frieza necessária aos campeões.

Em equipa que ganha não se

deve mexer muito. Todas as alterações da rotina dentro de um grupo de trabalho com ambiente saudável têm efeitos negativos no curto prazo. Mesmo quando as mudanças são para melhor. Será portanto com curiosidad­e acrescida que iremos assistir aos primeiros jogos da era Varandas. Quanto menos ondas de mudança súbita houver, melhor para as possibilid­ades do Sporting na luta pelas vitórias.

O risco de implosão do clube

nas mãos de um pobre fanático de si mesmo fez o Sporting reve- lar a sua enorme grandeza. Ao toque a rebate acorreu um punhado de grandes sportingui­stas, aqui simbolizad­o nos nomes de Torres Pereira e Sousa Cintra. Gente corajosa, que agora terá importante­s histórias para contar. Histórias de coragem e empenho. Momentos em que não cederam perante as ameaças de um bando de mafiosos. Um banda que sabia que, ao perder o poder, perderia a face, pelo que agora se irá descobrir. O Sporting garantiu o futuro.

Que merece ser radioso como sol após raivosa tempestade.

Defendo publicamen­te a assimilaçã­o de jogadores estrangeir­os na Seleção desde o caso do benfiquist­a Isaías. É natural e saudável a naturaliza­ção de jogadores que tenham chegado a Portugal jovens, sem carreiras construída­s. Que falem a nossa língua. Que vão criando um amor crescente ao país, suas gentes e cores. Assim se passou com Deco, assim se passa com Pepe. Esse grande português.

O prezado leitor não sente um

orgulho especial quando vê Pepe a cantar o hino? Intui-se que o grande central vibra em cada sílaba. Pepe chegou com 18 anos. Teve um arranque de carreira brilhante no Marítimo que se consolidou no FC Porto. Foi a partir de Portugal que subiu ao topo do Mundo em Madrid e está a fazer um nobre final de carreira na Turquia. Sempre, sempre disponível para a Seleção Nacional. A Pepe devemos agradecer ter escolhido ser português. E desejar que prolongue a carreira internacio­nal até ao Europeu de 2020. Que venham mais Pepes!

AO TOQUE A REBATE NO CLUBE ACORREU UM PUNHADO DE GRANDES SPORTINGUI­STAS

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