O fanatismo tem cura
Somos um povo digno de estudo no que ao desporto e futebol diz respeito. Em todos nós existe um jogador, um treinador, um dirigente ou um árbitro, mas depois esquecemo-nos de ser simplesmente coerentes. Esta semana fiquei muito satisfeito ao ver um povo unido na defesa do árbitro de ténis Carlos Ramos, condenando a vergonhosa atitude de Serena Williams, que desceu a um nível tão baixo que só mostrou que o caráter e a educação não se compram com status ou dinheiro.
Mas também fiquei perplexo, e inclusive tive de ler e ouvir repetidamente algumas notícias para ter a certeza de que era o meu povo que estava assim a defender um árbitro. Será que
SERÁ QUE SE SERENA ESTIVESSE COM UMA CAMISOLA DE CLUBE VESTIDA IRÍAMOS PENSAR O MESMO?
se a tenista norte-americana estivesse noutro desporto e com uma camisola de clube vestida iríamos ter esta unanimidade sem cor? Fica a dúvida. Mas acreditando eu neste povo e acreditando que o fanatismo tem cura, acredito que se comece a olhar para os árbitros de forma diferente. Pela sua competência ou incompetência e não pelas camisolas que os atletas tenham vestidas.
Tenho o prazer e a honra de presidir também à CAJAP ( Confederação das Associações Juízes e Árbitros de Portugal) e tenho a certeza de que temos dos melhores árbitros do mundo nas várias modalidades. Naturalmente que o exemplo de profissionalismo do Carlos Ramos, que é dos mais credenciados a nível mundial, demonstra isso mesmo. E se não fosse a falta de educação de uma estrela de maus modos, continuávamos sem conhecer o seu invejável currículo.