CAPITÃO CARLITOS COMEÇOU A ROUPEIRO
Avançado mantém viva a paixão de representar o clube e revela amizade com Carlos Carvalhal
Não fez toda a carreira no Espinho, porque as contingências do futebol assim não o permitiram, mas Carlitos é o grande símbolo da equipa. Filho da terra, morava ao lado do estádio e aos 11 anos já servia o clube. “Faltava à escola para ver os treinos e ficava na bancada a apanhar bolas. Um dia fui convidado pelo roupeiro do Espinho para ajudar, porque viam que eu gostava de estar ali. Os meus pais deixaram e tornei-me numa espécie de mascote da equipa. Viajava para todo o lado com eles... Depois, comecei a jogar nas camadas jovens”, recorda o experiente avançado, agora com 33 anos, que
AQUILO QUE APRENDEU NO CONTACTO COM O BALNEÁRIO ENQUANTO MIÚDO FOI IMPORTANTE NA SUA CARREIRA
entre os muitos treinadores com quem privou, destacou em especial Carlos Carvalhal, o técnico dessa altura: “Ainda hoje mantemos contacto. Sempre que há uma data importante, ele manda-me mensagens e eu a ele.” Quanto ao seu ídolo, esse era Artur Jorge. “Era o jogador que eu via como um exemplo que queria seguir. Avançado e capitão, quando marcava um golo vinha atrás da baliza festejar comigo”, adianta. “Nunca o esquecerei, mas havia outros, como o Jojó, por exemplo”, acrescenta o capitão, consi- derando ter sido “importante” o tempo que passou no balneário em criança para “hoje ser alguém que possa contar a história do Espinho e transmitir a mística”.
Tal como quase todos os espinhenses, o avançado lamenta o facto de a equipa estar, agora, a jogar em Fiães. “Quando os adversários entravam no estádio em Espinho, nem sequer pensavam em empatar, quanto mais ganhar”, justifica. Mas se a falta do fator casa “pode fragilizar um pouco”, isso “não vai empurrar o Espinho” para o meio da tabela. “A vontade dos jogadores, com o apoio dos adeptos, vai ajudar a superar as dificuldades”, conclui Carlitos. *