Colosso de Munique
Cinco jogos oficiais, cinco vitórias. A entrada dilacerante do Bayern no novo exercício reflete a assimilação rápida do ideário futebolístico adotado por Niko Kovac, extremamente arguto a não fechar os olhos ao trabalho dos seus antecessores – Guardiola, Ancelotti e Heynckes –, o que não o inibiu de introduzir aspetos cruciais da sua identidade como treinador. Contudo, não exibiu qualquer prurido em abdicar da sua organização estrutural di- leta (o 5x3x2) e em recorrer ao 4x3x3, embutindo algumas assimetrias na zona central do terreno, fruto da tendência de um dos médios-interiores (por norma, Müller) para surgir como apoio direto de Lewandowski.
EQUIPA-TIPO
Contundência. O colosso teutónico mostra capacidade para se instalar com bola no meio-campo rival, o que o leva a fomentar um futebol combinativo e de elevada dinâmica em ataque posicional, oferecendo inúmeras linhas de passe verticais ao portador da bola, como também, principalmente, até se colocar em vantagem no marcador, evidencia pungência em ações de pressão alta e médiaalta, o que redunda numa reação fortíssima à perda e em recuperações de bola em zonas altas. No entanto, o Bayern pode alternar um futebol apoiado pelo corredor central com uma construção mais longa, a partir dos defesascentrais, laterais ou de um dos médios-centro, em direção à área, onde surgem 3-4 jogadores em zona de finalização; assim como perscruta, em diversas situações, variações contundentes do centro de jogo (especialidade de Thiago), explorando mais o jogo exterior do que o interior. Algo que fomenta as triangulações entre lateral, interior e extremo com várias trocas posicionais, em busca da criação de situações de superioridade numérica sobre o corredor lateral, e a consequente busca de cruzamentos para a área. Também capaz de ser acutilante em transição ofensiva, o Bayern sabe tirar partido da criatividade, mobilidade e velocidade do seu tridente da frente. Outra das armas da formação orientada por Kovac são os lances de bola parada laterais, fruindo dos movimentos de antecipação de Müller, tremendo a atacar o primeiro poste, e das desmarcações curtas e dissuasoras de Lewandowski, entre o centro e o segundo poste, juntando-se a forte presença aérea de Javi Martínez, Boateng e Hummels (ou Süle).
O MOMENTO DA TRANSIÇÃO DEFENSIVA DEVERÁ SER O MAIS EXPLORADO PELO BENFICA
Poucas debilidades. Com um processo defensivo bem burilado, tem sido árduo para os adversários do Bayern neste início de exercício a chegada a zonas de finalização. O momento de transição defensiva, poderá ser o mais aproveitado pelo Benfica, sobretudo no espaço nas costas dos laterais. Denotam-se algumas fragilidades de Javi Martínez na reação a situações de um contra um sob o solo. As maiores arduidades acontecem quando o rival opta pela marcação de cantos curtos com posterior cruzamento direcionado ao segundo poste, normalmente a zona menos coberta.