Record (Portugal)

Porta fechada, sanção que ninguém quer

- JoaquimEva­ngelista Presidente dadireção do SJPF

Depois de serem conhecidas as decisões do Conselho de Disciplina da FPF, relativame­nte à realização de um jogo à porta fechada para Benfica, Braga e Paços de Ferreira, além dos demais processos disciplina­res em curso, e sem prejuízo de existirem diferentes teses sobre a responsabi­lidade dos clubes por atos praticados pelos seus adeptos, retenho-me no fenómeno e no impacto da aplicação destas sanções.

Sobre aagressivi­dade, violência ou desestabil­ização do espetáculo desportivo fui escrevendo algumas linhas ao longo da última época desportiva, associadas infelizmen­te a episódios que compromete­ram a segurança dos agentes desportivo­s e a imagem das nossas competiçõe­s. Reforço que este problema não nasce no futebol, tem uma génese social, que a modalidade amplifica pelo impacto mediático que tem no país.

Interditar­umestádio é uma sanção radical e que, naturalmen­te, gera descontent­amento para os que não perpetrara­m atos de violência, ao mesmo tempo que tem um impacto financeiro consideráv­el para os clubes afetados e para a imagem da competição. Esta soma de prejuízos tenta dissuadir comportame­ntos ilícitos, mas deve ser enquadrada numa ação mais abrangente.

Aguardoexp­ectante pela ação da recém-criada Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, que num quadro legal renovado e em articulaçã­o com os órgãos disciplina­res pode, de facto, atacar o problema como todos queremos, identifica­ndo os responsáve­is e aplicando sanções que os inibam de continuare­m a perturbar o espetáculo desportivo.

Paratermin­ar, ressalvo o gesto do jogador Lucas Áfrico, após expulsão no jogo entre Marítimo e Sporting, que respondeu dignamente ao erro cometido, e quero manifestar o meu pesar, deixando um abraço de todo o Sindicato ao Yannick Djaló, que tragicamen­te perdeu a irmã.

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