Record (Portugal)

Lição bem estudada

- Nastasic Naldo Sané Bentaleb Serdar Felipe Otávio Alex Telles McKennie

Os minutos iniciais a obrigarem o FC Porto a uma dupla missão. Aquando do momento defensivo, a projeção de um dos interiores do Schalke em corredor central obrigava a que a concentraç­ão defensiva portista, à frente da linha defensiva, fosse massificad­a (pertinente a introdução da dupla Danilo/Herrera na equipa inicial). [ 1] No momento ofensivo, o 1-5-3-2 do adversário desguarnec­ia naturalmen­te no momento da construção os corredores laterais e o FC Porto, por vezes, ia con-

POR VOLTA DOS 30’, FC PORTO PASSOU A DOMINAR ATRAVÉS DE UMA ORGANIZAÇíO DEFENSIVA RIGOROSA

seguindo gerar superiorid­ade nessas zonas, com Brahimi e Marega bem abertos nas alas a atestar os intentos da equipa. [ 2]

O Schalke é uma equipa extremamen­te agressiva, sobretudo no momento sem bola. Daí que à passagem do minuto 30, o FC Porto deixasse de dominar em posse e passasse a fazê-lo fruto de uma organizaçã­o defensiva rigorosa, tentando assustar o adversário aquando da sua transição ofensiva. O FC Porto foi na primeira parte uma equipa sóbria, que estudou bem a lição. No entanto, as dificuldad­es com que o adversário o confrontou são próprias de uma equipa taticament­e evoluída. Asegunda parte começou com o FC Porto a ‘castigar’ o adversário onde este é mais vulnerável: os corredores laterais. O recurso aos livres foi bem aproveitad­o por duas vezes consecutiv­as –que pena a defesa por instinto na finalizaçã­o de Felipe! Mais uma vez, a análise ao adversário trouxe dividendos [ 3]. Asaída de Aboubakar, aos 60’, para a entrada de Corona, à procura de mais ‘magia’ na ala, pôs em evidência a noção de que o FC Porto tinha do adversário. Mas o golo do Schalke chegou após uma sucessão de erros individuai­s. Os alemães pressionar­am bem, impedindo a posse consolidad­a, provocando a perda do FC Porto, e, após transição ofensiva, Embolo não falhou.

O minuto 73 acabou por premiar Marega. Naldo compromete­u no domínio, o maliano roubou-lhe a bola dentro da área e Otávio, de penálti, empatou o jogo. Do ponto de vista estratégic­o, o FC Porto não ganhou absolutame­nte nada com o constante posicionam­ento de Brahimi em corredor central. As perdas de bola após recurso ao drible foram uma constante e, por outro lado, no flanco esquerdo perdeu-se a dinâmica criativa que sempre existiu no lado direito. Em suma, foi um jogo do ponto de vista tático-estratégic­o bem conseguido por parte do FC Porto, que só não esteve mais próximo da perfeição porque em alguns momentos permitiu ao adversário fazer perigar o seu reduto defensivo através da sua forte transição ofensiva.

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