DOMINAR SEM ESMAGAR
A ressaca europeia do Benfica foi ultrapassada sem dificuldades: o Aves foi presa fácil para uma águia que soube gerir os momentos do jogo
Benfica fez o mais importante com o Aves: conquistou os três pontos e colocou-se na liderança da Liga, pelo menos provisoriamente. A vitória foi brilhante ou categórica? Nada disso. Mas, então, foi o Aves que conseguiu criar problemas à equipa de Rui Vitória? Também não. Pura e simplesmente, o Benfica encostou às cordas a formação minhota, enquanto procurava a vantagem por dois golos, e depois... descansou, geriu os momentos do jogo e até permitiu que o Aves, de quando em vez, chegasse perto da baliza de Vlachodimos. No entanto, nunca a vitória encarnada foi colocada em causa e, mais do que tudo, nunca ficou a impressão de que o desgaste do jogo com o Bayern Munique, na última quarta-feira, pudesse influenciar a marcha do marcador. Porém, não se pense que o embate da Liga dos Campeões não teve qualquer tipo de efeito na forma como Rui Vitória armou a equipa: Gedson e Cervi, dois dos elementos mais importantes nas transições do Benfica, sentaramse no banco, cedendo os respetivos lugares aos estreantes no onze, Gabriel e João Félix.
O técnico encarnado preservou a ideia de jogo das águias – assente em 4x3x3 –, mas mudou os intervenientes e, consequentemente, a forma como a equipa pensou os movimentos ofensivos: a verti- gem de Cervi e a explosão de Gedson foram substituídas pela robustez e pelos ‘pés de veludo’ de Gabriel e pela enorme capacidade técnica e de finalização de Félix. Do lado avense, José Mota não utilizou nenhum autocarro nem tão-pouco aumentou o cariz defensivo da sua equipa. Assumiu a inferioridade face ao adversário e tentou retardar o golo do Benfica com os meios que tinha à disposição, tudo isto sem nunca deixar de procurar, através de Mama Baldé e Hamdou, o contra-ataque.
Derrubar a muralha
Como seria de esperar, e numa tentativa de resolver cedo o jogo, o Benfica entrou forte, extremamente pressionante e sempre a tentar forçar o erro do Aves ainda na zona de construção do adversário. Aliás, antes de Félix aproveitar um excelente passe de Pizzi para abrir o marcador (34’), assistiu-se a um autêntico ‘festival’ de remates e ‘golos perdidos’ por parte dos jogadores encarnados.
Neste capítulo específico, Salvio foi mesmo o mais perdulário. O internacional argentino teve nos pés – antes e depois do golo inaugural – várias chances para acabar com o jogo ainda na primeira parte (2’, 16’, 24’, 36’, 37’ e 39’), isto sem