Record (Portugal)

DOMINAR SEM ESMAGAR

A ressaca europeia do Benfica foi ultrapassa­da sem dificuldad­es: o Aves foi presa fácil para uma águia que soube gerir os momentos do jogo

- CRÓNICA DE ALEXANDRE CARVALHO

Benfica fez o mais importante com o Aves: conquistou os três pontos e colocou-se na liderança da Liga, pelo menos provisoria­mente. A vitória foi brilhante ou categórica? Nada disso. Mas, então, foi o Aves que conseguiu criar problemas à equipa de Rui Vitória? Também não. Pura e simplesmen­te, o Benfica encostou às cordas a formação minhota, enquanto procurava a vantagem por dois golos, e depois... descansou, geriu os momentos do jogo e até permitiu que o Aves, de quando em vez, chegasse perto da baliza de Vlachodimo­s. No entanto, nunca a vitória encarnada foi colocada em causa e, mais do que tudo, nunca ficou a impressão de que o desgaste do jogo com o Bayern Munique, na última quarta-feira, pudesse influencia­r a marcha do marcador. Porém, não se pense que o embate da Liga dos Campeões não teve qualquer tipo de efeito na forma como Rui Vitória armou a equipa: Gedson e Cervi, dois dos elementos mais importante­s nas transições do Benfica, sentaramse no banco, cedendo os respetivos lugares aos estreantes no onze, Gabriel e João Félix.

O técnico encarnado preservou a ideia de jogo das águias – assente em 4x3x3 –, mas mudou os intervenie­ntes e, consequent­emente, a forma como a equipa pensou os movimentos ofensivos: a verti- gem de Cervi e a explosão de Gedson foram substituíd­as pela robustez e pelos ‘pés de veludo’ de Gabriel e pela enorme capacidade técnica e de finalizaçã­o de Félix. Do lado avense, José Mota não utilizou nenhum autocarro nem tão-pouco aumentou o cariz defensivo da sua equipa. Assumiu a inferiorid­ade face ao adversário e tentou retardar o golo do Benfica com os meios que tinha à disposição, tudo isto sem nunca deixar de procurar, através de Mama Baldé e Hamdou, o contra-ataque.

Derrubar a muralha

Como seria de esperar, e numa tentativa de resolver cedo o jogo, o Benfica entrou forte, extremamen­te pressionan­te e sempre a tentar forçar o erro do Aves ainda na zona de construção do adversário. Aliás, antes de Félix aproveitar um excelente passe de Pizzi para abrir o marcador (34’), assistiu-se a um autêntico ‘festival’ de remates e ‘golos perdidos’ por parte dos jogadores encarnados.

Neste capítulo específico, Salvio foi mesmo o mais perdulário. O internacio­nal argentino teve nos pés – antes e depois do golo inaugural – várias chances para acabar com o jogo ainda na primeira parte (2’, 16’, 24’, 36’, 37’ e 39’), isto sem

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