Gente feliz com Félix
João Félix estava a viver um dia de sonho. Titular do Benfica, marcou o primeiro golo, fez vibrar as bancadas com o seu descaramento e classe, tornou-se figura maior de um jogo que durante longos minutos foi de sentido único. Depois veio o azar, fruto dos mais cruéis imponderáveis. A aproximação à bola, um movimento a pisar mal o relvado, a torção no pé e a saída com dor e apreensão.
O miúdo merecia ter continuado a desfrutar daqueles momentos empolgantes, porque ele é daqueles que faz falta ao espetáculo. João Félix dá alegria ao jogo, que é coisa de que o futebol sente cada vez mais falta, tão preso que está a táticas e pragmatismos que lhe dão ordem e disciplina mas lhe roubam improviso e magia. Mas dá também sentido e eficácia, ou não tivesse sido ele a fazer o golo que abriu o caminho da vitória do Benfica. Da minha parte, cá fico à espera do seu regresso breve para apreciar o imenso talento que ele tem.
Cristiano Ronaldo reentrou no trilho dos golos que foi interrompido em Valência por um outro Felix (Brych, de apelido, e árbitro de profissão) que resolveu estragar o que não devia. Num campo difícil de um clube de uma cidade com metade da população da capacidade do Santiago Bernabéu, CR7 fez feliz a família juventina. Espera-se que hoje a FIFA faça justiça na gala do The Best.