A FÉ DE QUEM ACREDITA PODER IR MAIS LONGE
Jorge Fonseca cai nas repescagens e revela frustração por não ter conquistado a medalha
O judoca olímpico do Sporting, Jorge Fonseca (100 kg), demonstrou ontem que está mais consistente, ao classificar-se em 7º lugar no Mundial de Baku, o seu melhor resultado em quatro participações. Mas ficou mais uma vez o sabor amargo por não ter ido mais longe, de modo a conquistar medalha numa grande prova internacional. “Este 7º lugar não me diz nada. O que me interessam são medalhas em Jogos Olímpicos, Mundiais e Europeus. O que vou dizer ao meu filho quando chegar a casa? Olha, o teu pai foi 7º classificado... Isto não me basta”, disparou o 6º do ranking mundial quando foi derrotado pelo egípcio Ramadan Darwish (23º), no Golden Score das repescagens. O percurso de Jorge, de 25 anos, foi imaculado até aos quartos-definal, batendo o checo Michal Horak (233º) e o ucraniano Anton Stavytskiy (52º), mas no acesso às meias-finais foi surpreendido pelo mongol Otgonbaatar Lkhagvasuren (24º), tudo com desfechos por ippon. “Vim com uma expectativa muito elevada. Trabalhei para isso, tentando corrigir os meus pontos fracos e para ser melhor. As coisas não me correram muito bem, mas espero que para a próxima seja melhor. Como aspetos positivos, senti-me muito bem e melhorei taticamente. Conduzo melhor os combates, enquanto antes ao fim de 2-3 minutos tinha uma recaída física. O trabalho que temos feito no clube e na Seleção tem-me ajudado a evoluir enquanto atleta. Este é o novo Jorge a mudar o seu estilo de judo, mas eu continuo o mesmo”, explicou Jorge Fonseca, que deu os parabéns aos adversários, embora lhe custassem as derrotas.
O atleta dos leões diz, no entanto, que está motivado, que se diverte a fazer judo e que tem margem de progressão: “Treino-me no duro todos os dias para chegar aqui e conquistar uma medalha.” Promete ir ao Grand Slam de Osaka (5º em 2017), porque tem “um nó na garganta”, pois em 2017 foi prejudicado pelos árbitros e acabou em 5º no país do judo. Jorge Fonseca deu, ainda, “os parabéns” a Niko Sherazadshvili (90 kg), primeiro campeão mundial masculino pela Espanha, que obteve o título na véspera: “Espero que continue no Sporting porque ele é uma peça importante na Golden League.” *