Record (Portugal)

JOSÉ MORAIS

- DAVID NOVO

Treinou o AEK em 2016/17 e metade do plantel ainda é o mesmo. O que se pode esperar do adversário do Benfica?

JOSÉ MORAIS – Não vai ser fácil, a não ser que o Benfica consiga tornar o jogo fácil. Os jogadores do Benfica têm mais qualidade, mas é um jogo de Champions, em que a motivação é alta. Pelo ritmo, velocidade de circulação da bola e até pelo maior conhecimen­to tático da equipa do Benfica, acredito que vai ser uma jornada de sucesso.

E o que tem a dizer do ambiente no estádio?

JM – Os adeptos são fanáticos, mas é um ambiente agradável para quem gosta de futebol. E até nem é estranho para o Benfica, que defrontou o PAOK na pré-eliminatór­ia.

Defrontou recentemen­te o Vorskla Poltava. Que análise faz do adversário do Sporting?

JM – É uma equipa com experiênci­a e que tem qualidade na frente de ataque. Atenção ao perigo através do contra-ataque.

Mas, em condições normais, o Sporting vence?

JM – Sim, mas o Sporting não pode pensar que é um jogo fácil. Tem de imprimir um bom ritmo porque depois desta sequência de jogos do Vorskla Poltava, no campeonato e Liga Europa, os jogadores base poderão não estar preparados para tantos minutos num curto espaço de tempo. O Sporting, com mais intensidad­e, poderá fazer a diferença.

Olhando para a sua carreira, sabe de cor em quantos países já trabalhou? JM – Já trabalhei nuns quantos, mas não sei em quantos. Portugal, Alemanha, Espanha, Itália, Inglaterra, Grécia, Suécia, Turquia e agora na Ucrânia, na Europa; no Norte de África, a Tunísia; no Médio Oriente, a Arábia Saudita. Afastamo-nos um pouco e temos o Iémen. Há também a Jordânia. Já são tantos... (risos)

Isso significa que sabe falar quantas línguas?

JM – Falo, escrevo e comunico bem em seis línguas: inglês, espanhol, italiano, alemão, sueco e francês. Agora estou a aprender ucraniano.

E como foi parar a estes países? Dá a sensação que não tem medo de agarrar as oportunida­des...

JM – Foi umpouco isso. Aminha vida pauta-se por aproveitar e não nadar contra a corrente. As oportunida­des surgem e, sempre que estou disponível, eu vou. Algumas são muito boas, outras são para experiment­ar porque todas as experiênci­as são positivas. Ganhamos conhecimen­to e abrimos a nossa visão do Mundo. Tenho ido por opção, porque há sempre a possibilid­ade de esperar por outro tipo de oportunida­des. Mas a verdade é que também não gosto de ficar à espera da cadeira de alguém que possa sair. Quero que, um dia, também surja a possibilid­ade voltar a treinar no futebol português. Em 2015 tive um convite da Académica, mas eu não estava disponível.

Passou por muitos clubes, mas só no Antalyaspo­r é que esteve mais do que uma época. Porquê? JM – Tem muito a ver com o momento e a forma como se entra nos clubes. Assumi projetos sem grande estabilida­de e em países onde a cultura não permite trabalhar com o nível de organizaçã­o a que estou habituado. Em que hoje se pensa de uma forma e amanhã de outra. Nunca tive verdadeira­mente a oportunida­de de construir uma equipa, com jogadores que eu conheça e que se adaptariam àquilo que eu entendo ser um plantel para atingir os objetivos. Por exemplo,

“A MINHA VIDA PAUTA-SE POR APROVEITAR. AS OPORTUNIDA­DES SURGEM E, SEMPRE QUE ESTOU DISPONÍVEL, EU VOU”

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