Uma conversa muito séria
clássico entre Benfica e FC Porto vai mesmo jogarse de portas abertas. Uma notícia anunciada, já que muito dificilmente o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) deixaria de aceitar a providência cautelar interposta pelo Benfica – aplicar o castigo no imediato e ter depois uma decisão contrária seria sempre muito pior do que adiar uma eventual punição aos encarnados. Até por isso, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) optou por nem sequer se opôr à providência cautelar, como é seu hábito.
Não está aqui em causa a justiça ou injustiça do castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina (CD). Os regulamentos são elaborados e aprovados pelos clubes e a única questão que está em
ÁGUIAS FORAM PUNIDAS 4 VEZES PELO MESMO MOTIVO. SÓ FORAM PARA O TAD APÓS PORTA FECHADA
causa é se o CD os aplicou ou não bem. O Benfica foi punido com um jogo à porta fechada por reincidência no arremesso perigoso de objetos por parte dos seus adeptos – na época passada, de acordo com os mapas de castigos divulgados, tal aconteceu por quatro vezes, sempre em jogos fora. E não recorreu para o TAD nas três situações anteriores, sempre resolvidas com multas. Fê-lo quando a pena se tornou bem mais pesada.
Independentemente da conclusão deste processo, o importante é que haja uma reflexão profunda dos clubes sobre o comportamento dos seus adeptos. A cada semana, as multas pagas pelos emblemas devido a infrações cometidas nas bancadas ascendem às dezenas de milhares de euros; ao fim de um ano, podem chegar aos milhões. Se calhar, está na altura de terem todos uma conversa muito séria sobre o assunto.