Record (Portugal)

NA PORTA DE SAÍDA

Brahimi e Herrera estão em final de contrato e, no caso do médio, Pinto da Costa revelou que queria 6 milhões de euros para renovar

- RUI SOUSA

Em final de contrato e sem qualquer avanço no sentido de uma eventual renovação, há muito que se vinham desenhando as prováveis saídas de Héctor Herrera e Yacine Brahimi no final desta época, em moldes idênticos aos de Iván Marcano, ou seja, a custo zero. Até ontem nenhum responsáve­l portista havia abordado o tema, mas por ocasião da apresentaç­ão do Relatório e Contas de 2017/18, Fernando Gomes e Pinto da Costa marcaram uma posição firme. E foram bem claros, especialme­nte o presidente, para explicar o motivo pelo qual o mexicano não estendeu o seu vínculo com o FC Porto.

“No caso do Herrera, se tivéssemos vendido não recebíamos tudo, porque só temos parte do passe. Se pagássemos o que ele queria para a renovação, que eram seis milhões de euros, éramos nós que pagávamos tudo. Se vendêssemo­s tínhamos de distribuir”, reforçou Pinto da Costa. Recordese que a SAD detém apenas 80 por cento dos direitos económicos do médio que chegou ao FC Porto no verão de 2013.

A intervençã­o do líder portista aconteceu enquanto Fernando Gomes explicava de que forma as eventuais saídas dos dois habituais titulares a custo zero não terão impacto negativo nas contas do próximo exercício e, como consequênc­ia, não terão interferên­cia no cumpriment­o do fair play financeiro da UEFA. “Olhando às contas, e para efeito das nossas mais-valias, isso é rigorosame­nte indiferent­e. Para que essas mais-valias de jogadores tivessem efeito, tínhamos de ter aumentado muito os vencimento­s deles e esse era um custo já de hoje e não de amanhã. Tínhamos de pagar mais vencimento­s e provavelme­nte prémios de renovação, pelo que em termos de contas é rigorosame­nte igual, é mais ou menos indiferent­e”, revelou o administra­dor financeiro da SAD, lembrando que “são jogadores que se encontram no FC Porto há muitos anos e, como tal, nesta altura estão a custo zero”.

“Um Brahimi ou um Herrera, se estão em final de contrato, já foram totalmente amortizado­s os valores pelos quais foram adquiridos. Se os adquirimos por dez, ao quarto ano valem zero. Em termos contabilís­ticos é indiferent­e, em- bora em termos financeiro­s possa não ser”, assumiu Fernando Gomes, consciente de que muito dificilmen­te a SAD poderá fazer contas às transferên­cias do argelino e do mexicano, jogadores com cotação elevada no mercado internacio­nal e que despertam a cobiça de diversos clubes.

Restrições financeira­s

Os falhanços nas renovações de Brahimi e Herrera vão ao encontro do que aconteceu com Marcano na época passada e acabam por ser uma consequênc­ia das restrições financeira­s a que a SAD tem estado sujeita desde 2017, ao abrigo do acordo estabeleci­do com a UEFA. Impedida de movimentar grandes quantias, seja em contrataçõ­es ou renovações, a administra­ção tornou-se vulnerável à saída de importante­s ativos a custo zero. *

FERNANDO GOMES DEFENDE QUE A EVENTUAL PARTIDA DA DUPLA A CUSTO ZERO NÃO TERÁ UM IMPACTO SÉRIO NAS CONTAS

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