Record (Portugal)

HERRERA CAUSA MAL-ESTAR

SUB-RENDIMENTO E EXIGÊNCIAS SALARIAIS AGRAVAM RELAÇÃO

- ANDRÉ MONTEIRO

ADMINISTRA­DORES AUMENTADOS MAS SEM BÓNUS DE TÍTULO CASO JOÃO MOUTINHO CONTINUA EM TRIBUNAL

Adivinham- se tempos difíceis para Herrera no FC Porto. O processo de renovação contratual entre o mexicano e a SAD não chegou a bom porto, desgastou as partes e a atual má forma do médio foi a gota que fez transborda­r o copo dos altos responsáve­is azuis e brancos, um desagrado expresso na divulgação de anteontem de Pinto da Costa, segundo a qual Herrera pediu um salário bruto anual de 6 milhões de euros para prolongar o seu vínculo aos dragões. Com o dossiê de renovação congelado, Herrera terá de procurar reavivar a sua chama de herói da conquista do último título dentro de campo.

De acordo com as informaçõe­s recolhidas por Record, o compro- misso do capitão com os objetivos e as exigências competitiv­as do FC Porto na atual temporada não está em causa. Porém, o seu sub-rendimento neste arranque de época está a criar um evidente desconfort­o na cúpula dirigente portista, na medida em que a sua continuida­de no clube foi uma decisão tomada tendo por base a importânci­a desportiva do médio em contrapont­o com o eventual ganho financeiro que poderia ter resultado da sua saída no verão.

Os dragões, que segundo Pinto da Costa chegaram, no passado, a rejeitar uma proposta de 30 mi- lhões de euros pelo mexicano, tiveram a oportunida­de de transferi-lo no último defeso para o Lyon, da França, por 20 milhões de euros. A opção passou por manter Herrera, também por existir a expectativ­a no seio da administra­ção de este vir a renovar contrato nestes primeiros meses de 2018/19. O médio sempre se mostrou feliz no Dragão, garantindo dar prioridade à estabilida­de familiar e nunca deu sinais de que gostaria de sair. Um dado que, agora, redobrou a estranheza de Pinto da Costa face às exigências financeira­s demasiado elevadas para a atual realidade financeira da sociedade…

Valorizaçã­o sem proveitos Este desencontr­o de ideias acabou também por desgastar o próprio jogador, que entende ser merecedor de uma valorizaçã­o clara do seu estatuto de titular e capitão. Além disso, a tal rejeição da proposta de 20 milhões de euros do Lyon não caiu bem a Herrera e ao seu representa­nte, Nicholas Blair. Face ao destaque conseguido na última época e até pelo facto de ter apenas mais um ano de contrato, o médio entendia que, pelo menos, o FC Porto deveria ter dado luz verde à mudança, deixando então nas suas mãos a decisão de se transferir ou não para a Ligue 1. Num processo em que as duas partes têm lamentos a fazer, a questão neste momento passa mesmo por saber até que ponto Herrera conseguirá, dentro de campo, reclamar de novo o rótulo de imprescind­ível e esvaziar assim a pressão que as declaraçõe­s de Pinto da Costa acabaram por colocar sobre os seus ombros. *

SAD SURPREENDI­DA PELAS EXIGÊNCIAS FINANCEIRA­S DO MEXICANO. INTERESSE DO LYON AGUDIZOU AS DIVERGÊNCI­AS

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 ??  ?? DESAFIO. Médio poderá ‘responder’... dentro de campo
DESAFIO. Médio poderá ‘responder’... dentro de campo

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