Record (Portugal)

De passagem por Lisboa, o antigo médio argentino, de 39 anos, voltou aAlvalade e falou em exclusivo aRecord. Do título em2000 àcarreirad­e treinador, dalesão de Beckhamao ataque àAcademia, nadaficou por dizer. “Se quemestáac­imanão manda, estas coisas acont

- TEXTOS VÍTOR ALMEIDA FOTOS LUÍS MANUEL

Foi homenagead­o em Alvalade antes do último jogo com o Marítimo. Esperava este reconhecim­ento, 18 anos depois de ter ajudado o Sporting a ser campeão? DUSCHER – É um ato do presidente, a quem agradeço. Sempre que posso volto a Lisboa. Identifico-me com o Sporting, com as pessoas em Portugal. Quero manter sempre esta proximidad­e. Um dia gostava de ser treinador no clube. Espero retribuir tudo o que me deram.

Reuniu-se com Frederico Varandas, cuja candidatur­a apoiou. Já se conheciam?

D – Não. O Facundo [Quiroga] tem boa relação com o Battaglia, que lhe falou muito bem dele. Decidimos apoiá-lo porque vimos que iria por um bom caminho.

As eleições foram uma consequênc­ia do ataque à Academia, a 15 de maio. Como reagiu quando soube que adeptos agrediram jogadores no balneário?

“SE QUERES OCUPAR TUDO, NÃO OCUPAS NADA. EM TERMOS ORGANIZATI­VOS [BRUNO DE CARVALHO] FOI UM DESASTRE”

D – Senti uma enorme tristeza. Quando soube que entraram ‘ultras’ no balneário e confrontar­am os jogadores, a minha reação foi culpar o presidente. Se quem está acima não manda, estas coisas acontecem. Não sei muito bem como foi ou porque invadiram o balneário. Sei que foram agredidos jogadores e isto é algo que não pode acontecer, nunca. Ainda por cima, num clube tão grande como o Sporting.

E o primeiro responsáve­l é o presidente?

D – Para mim, é. Porque é ele que manda. Se adeptos entram no balneário é porque não há um líder.

O que teria feito no lugar daqueles jogadores ?

D – É complicado. Atrás de um jogador, há uma família. Os estrangeir­os, especialme­nte, perguntam-se onde estão metidos perante uma coisa destas. O lado bom é que o problema se resolveu fazendo eleições. Uma pessoa como o Frederico dá tranquilid­ade aos jogadores que querem continuar. O presidente tem de ser boa pessoa. Tem de saber administra­r e saber o lugar que ocupa. Porque se queres ocupar tudo, não ocupas nada.

Isso aconteceu com o anterior presidente?

D – Quando estive cá em 2016, [Bruno de Carvalho] tratou-me bem, foi muito amável. Mas não deixa de ser um desastre por isso. Em termos organizati­vos, foi um desastre. Um presidente é tudo. E mais ainda no Sporting, em que é preciso impor muita disciplina.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal