Record (Portugal)

“Fábio Coentrão tem o futebol de rua nele”

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Aconstitui ão final do plantel do Rio Ave acabou por ser surpreende­nte com a entrada de Fábio Coentrão. Como se gere a chegada de alguém com tanto peso no futebol português?

JG – O Fábio é em primeiro lugar um jogador muito talentoso. Isso não saiu de lá e, além disso, é extremamen­te competitiv­o, pelo seu percurso, onde nasceu, como cresceu, é um jogador que teve de superar muita coisa para conseguir o que conseguiu. Esta forma de estar no jogo acrescenta muito ao nosso plantel e isso está lá.

Mas a questão física pode vir a ser um problema?

JG – Claro que já não é um jogador com 20 anos, mas a alegria de competir é a mesma e isso é que é fundamenta­l para mim. E tem aquela coisa de fazer mais um drible em cima do adversário e isso é bom. O Fábio Coentrão tem o futebol de rua nele e a forma mais pura de jogar, de divertir-se, de enganar o adversário para chegar ao golo. É um jogador que não se limita ao espaço. O campo não tem muros e o Fábio aproveita isso de uma forma exemplar...

Já se viu isso emBraga, com ele muitas vezes como ‘vagabundo’ e até a surgir na posição 10?

JG – Ele iniciou o jogo em Braga a extremo-direito, mas como é esquerdino tem tendência a procurar mais as zonas interiores, libertando o corredor para a entrada dos mé- dios ou do lateral. Mas, mais do que isso, ele acrescenta muita experiênci­a ao nosso jogo. Atenção que não estou a tentar transforma­r o Fábio, apenas a aproveitar aquilo que o Fábio é e o que ainda tem para dar ao futebol, e ao Rio Ave em particular. Não poderia ser de outra forma.

Neste cresciment­o, que parece já sustentado, onde pára o sonho deste Rio Ave?

JG – Não é um sonho, porque entendemos o sonho como uma visão sem ação, uma forma de procurar algo, mas não estar a fazer nada para o conseguir. Nós temos objetivos concretos e estamos a trabalhar para os atingir. Isto é mais do que um sonho, é um comprometi­mento de equipa.

Que em concreto é?

JG – É ultrapassa­r números concretos que já foram conseguido­s no passado, como a melhor classifica­ção, o maior número de vitórias, enfim, uma série de objetivos. Isto está presente diariament­e naquilo que vamos fazendo e tem de haver esta dinâmica, esta coisa de equipa, porque ninguém consegue ganhar nada sozinho.

Que balanço faz da Liga. Parece haver mais equilíbrio?

JG – O normal, mas acho que vai ser um campeonato muito forte, mais até do que nos últimos anos, porque ainda há muitas equipas que vão mudar para melhor e a tabela classifica­tiva neste momento não reflete a sua capacidade. É o caso do Portimonen­se, que vai fazer de certeza um excelente campeonato. Vemos um Aves abaixo daquilo que é capaz de fazer e vai fazer... Estamos numa fase em que as coisas podem ser enganadora­s para o futuro e temos de estar cautelosos e perceber isso, porque há muitas equipas que jogaram bem e nem sempre quem joga bem consegue vencer. E em muitos jogos aconteceu isso. A distância entre uma derrota e um empate ou uma vitória às vezes é uma linha muito ténue e há equipas que, analisando os jogos que fizeram, se calhar deviam ter mais pontos pela qualidade do jogo que apresentar­am. Vemos um Chaves a fazer já jogos muito diferentes do que fazia no início e a jogar muito bom futebol. Vemos agora um Santa Clara também a destacar-se. Enfim, isto vai dar muitas voltas. *

(Arábia Saudita) “Um dos maiores clubes da Arábia. Fui despedido após uma vitória na Taça do Príncipe, porque o presidente queria que jogasse a mesma equipa que alinhou três dias antes. Mantive o plano, mudei oito jogadores e ganhámos. Depois houve uma paragem e vim para cá. Ligou-me então um diretor do Al Taawon a convidarme e a dar a notícia que á tinha sido despedido.”

“NÃO ESTOU A TRANSFORMA­R O FÁBIO. APENAS ESTOU A APROVEITAR AQUILO QUE ELE AINDA TEM PARA DAR”

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