O SÉRIO TORNOU TUDO FÁCIL
VITÓRIA SEM DAR A MÍNIMA HIPÓTESE Valenciano só conseguiu um remate à baliza de Miguel Silva e já foi bem bom sair com... sete
O futebol no seu estado puro pairou em Valença, com Espanha ali ao lado e um ambiente de verdadeira festa da Taça de Portugal. No final, “o resultado é pesado mas não deixa de ser justo” e é no discurso do treinador do Valenciano que quase tudo se explica, pois mesmo derrotado desta forma severa, não saiu corado de vergonha, antes feliz e resignado à evidência dos factos que já antes do jogo pesavam na balança a favor da equipa da 1ª Liga, a jogar contra uma do distrital.
Mas o que leva ainda Pedro Lomba deste jogo? “O melhor. Foi uma festa incrível e quero agradecer aos adeptos do Vitória que nos proporcionaram uma tarde única nas nossas vidas. Adorámos a for-
ma como nos trataram porque nos fizeram sentir ao nível deles”, juntou o técnico do Valenciano. O que mais se pode acrescentar quando tudo acaba assim, com um treinador a agradecer ao adversário que o derrotou sem apelo. O Vitória, em suma, foi sério, encarou tudo num plano bem profissional e, claro, ganhou de goleada, deixando uma imagem bonita na bela Valença. Foram sete, mas até podiam ter sido bem mais e aqui só fica o amargo de um golo de honra que aqueles bravos rapazes da equipa da casa bem mereciam. Em abono da verdade, também só por uma vez, no único remate que conseguiram, estiveram perto, mas Miguel Silva não facilitou e parecia um felino a negar a festa aos locais. No resto, foi a contagem dos golos e os belos movimentos de Tyler Boyd, a maior figura da goleada, sendo que Estupiñán ainda veio a tempo de colorir a sua estreia na época com dois golos de rajada. Tudo isto, acrescente-se, vale o que vale frente a um adversário que aos 60’ já estava literalmente de rastos, mas manteve-se firme e hirto, de cabeça erguida e a acrescentar mérito ao grande jogo do Vitória e à grande demonstração de desportivismo dos seus adeptos. O ambiente foi mesmo de festa da Taça e durante todo o jogo, ali no relvado sintético ao lado, houve sempre outra equipa a jogar: a dos miúdos do Valenciano, indiferentes ao jogo, mas a dar razão ao futebol no seu estado puro! *