Record (Portugal)

REINVENÇÃO ASSUMIDA

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DO SUCESSO DA BBC À APOSTA CLARA DE ZIZOU

Com 30 anos, em 2014/15, Ronaldo faz 61 golos em 54 jogos. Números incríveis para qualquer jogador. Sob comando de Carlo Ancelotti e com a BBC (Bale, Benzema e Cristiano) a funcionar em pleno, realiza a sua época mais goleadora ao serviço de um clube. Depois de ter conquistad­o a Champions na temporada anterior, os triunfos na Supertaça Europeia e no Mundial de Clubes, além da Bota de Ouro, sabem a pouco. Cristiano queria mais. Habituou-nos mal. Pedem-lhe sempre o máximo rendimento. E ele exige a si próprio mais ainda. Em 2015/16, depois de um período curto e sem glória sob a égide de Rafael Benítez, chega Zinedine Zidane ao comando. O francês agarra na equipa e dá-lhe o seu cunho pessoal. Começa por dar maior expressão à ligação BBC, conquistam a Liga dos Campeões e CR7 soma a sua 4ª Bola de Ouro. Em termos táticos, para além da BBC, Ronaldo e Marcelo criam uma dupla que se coordena com extrema fluidez e alegria no flanco esquerdo, sempre com Kroos atento para as coberturas. Se Ronaldo termina a época com 51 golos, Benzema junta-lhe 28 e Bale acaba com 19 - o trio atacante do Real acaba com 98 tiros certeiros, enquanto o clube soma 141 em todas as competiçõe­s.

Chega o losango

Ainda assim, a inconstânc­ia e as lesões de Gareth Bale levam à criação do ‘losango de Zidane’, com Ronaldo e Benzema na frente de ataque (a tal associação que Mourinho potenciou), contando depois com as coberturas de Toni Kroos, Isco, Modric e o pêndulo Casemiro. Agora a aparecer cada vez mais pelo corredor central, Ronaldo assume uma maior predominân­cia de ações na área. Um falso extremo e um falso pontade-lança. Zidane adaptou-se a Ronaldo e este ao Real Madrid. Em 2016/17, Zidane conduz o Real Madrid à conquista da Liga dos Campeões e da liga espanhola, campeonato que já lhe fugia desde 2011/12. Com 31 anos, Ronaldo acaba com 42 golos. Isto depois de começar tarde a época, devido à lesão sofrida na final do Euro’2016, ganha por Portugal em França. A era de Zidane no Real Madrid, e também a de Ronaldo, termina na final da Champions de 2017/18, conquistad­a exatamente com o mesmo onze apresentad­o em cima - com o losango no meiocampo e a associação entre CR7 e Benzema. O português refere, então, que “foi muito bonito estar no Real Madrid”. O Mundo fica estupefact­o e começam a surgir dúvidas sobre o futuro de Cristiano. Dessa época fica ainda na memória o melhor golo da carreira de Ronaldo, até assumido por ele. Terça-feira, 3 de abril de 2018, Juventus Stadium, 1ª mão dos quartos-de-final da Liga dos Cam-

COM O FRANCÊS, CRISTIANO COMEÇA A APROXIMAR-SE CADA VEZ MAIS DO EIXO DO ATAQUE, MANTENDO IGUAL INFLUÊNCIA

peões, minuto 64: cruzamento de Carvajal e pontapé de bicicleta monumental de Cristiano a fazer o segundo golo dos merengues. Os ‘tiffosi’ da Juve levantam-se e o português é aplaudido de pé. Dizse que este foi o momento da decisão de CR7: fim do ciclo no Real Madrid e venha a Juventus... *

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