C HEMA MARTÍNEZ
Chema Martínez aceitou o pedido de Record e dá dicas a quem vai correr a Maratona do Porto
Afrase que dá o título a esta página dá também nome ao livro do espanhol Chema Martínez, um dos mais bem-sucedidos atletas do país vizinho, mas é também um lema de vida que o guia na busca dos seus objetivos. É também algo que o próprio espera que motive todos aqueles que tencionam fazer algo de diferente na vida, seja desportiva ou pessoal. Com esse mote, decidimos desafiar o espanhol a partilhar connosco as dicas que tem para quem se vai aventurar na Maratona do Porto, dentro de duas semanas, algo a que Chemita acedeu prontamente. Primeiro do que tudo, explica, é necessário que o atleta tenha uma uma preparação prévia. “Não pode ser do dia para a noite. Sendo um objetivo tão duro, podemos fracassar se não estivermos preparados”, começa por alertar o espanhol, que considera importante a definição de um objetivo realista. “Há pais de família, que trabalham, que têm vidas ocupadas e acabam por fixar objetivos que não são reais. Devemdefinir um objetivo de acordo com a sua preparação, com o tempo que dedicam ao treino e ao estado de forma. Há que ser honesto, para que o objetivo será realizável”, sublinha o atleta que faz amanhã 47 anos.
Depois, explica, é necessário ter um trabalho específico, que defende ser ideal com um máximo de dez semanas: “A preparação costuma ser o mais complicado e se encurtarmos essa fase, mentalmente chegaremos mais preparados.” E quando vier o dia da prova... nada de invenções. “Que seja um dia normal. Não devemos fazer experiências nem olhar para as marcas dos outros. Nesse dia temos de fazer aquilo que fizemos durante os meses prévios”, recorda.
Umavidadeatleta
Mesmo já retirado da competição a nível profissional, o espanhol continua a viver bastante ligado ao mundo da corrida, com provas e mais provas e uma vida que continua a ser à imagem de umatleta profissional. Para isso, não descura aquilo que apelida de “treino invisível”, com tratamentos de frio e quente, assim como fisioterapia, descanso, uma correta hidratação e também uma boa alimentação.
Neste último aspeto, Chema confessa que enquanto profissional o seu dia a dia era bastante restrito, mas que agora vive uma “vida normal”. Faz normalmente cinco refeições ao dia, tendo como ponto comum em todas elas a fruta - um dos seus maiores vícios.
“De manhã, antes de treinar, tomo um café e, dependendo do treino, como ovos mexidos (para treinos de força) e/ou uma torrada de pão integral e azeite e mel. Após o treino bebo um ‘recovery’”, revela. “Almoço normalmente, com fruta como sobremesa e, a meio da tarde, volto a comer mais fruta antes de novo treino. À noite, janto também de forma normal. Emgeral, a minha alimentação tem uma elevada percentagem de hidratos de carbono, porque preciso deles e os queimo nos treinos”, explica.
E como pessoa normal que diz ser, Chema não diz que não a um palmier de chocolate. “Não o fazia antes, quando era profissional, mas agora uso como um prémio quando treino bem, quando me porto bem. É dos doces que mais gosto. Mas só como de forma pontual”, conclui. *