Descarrilamento europeu
Habitualmente fiel a uma organização estrutural em 4x2x3x1, Yuri Semin promoveu alterações para obstar à enorme intermitência nos resultados – tanto a nível interno (a 7 pontos do líder Zenit), como externo (2 derrotas e 0 golos marcados na Champions) – e à parca qualidade exibicional. Recorreu a uma estrutura em 5x4x1, utilizada nos desaires ante Galatasaray (0-3) e Zenit (3-5), o que levou ao retorno do 4x2x3x1. Contudo, os dois últimos êxitos, diante de CSKA e Rostov, desenharam-se em 4x5x1, fruto do robustecimento da zona central do meiocampo com mais uma unidade de contenção, algo que deverá manter-se frente aos dragões. Com Smolov, Farfán e Kolomeytsev lesionados, Semin procura recuperar Corluka, substituído no último jogo devido a uma lesão na anca. Caso o vice-campeão mundial de seleções não seja dado como apto, Höwedes, central destro alemão que tem sido adaptado a lateral-esquerdo de perfil defensivo, deverá formar dupla com Kverkvelia no centro da defesa, o que implicará a entrada de Idowu ou de Rybus – versátil polaco que regressa de uma lesão na virilha – para a esquerda. A outra dúvida prende-se com a opção para referência ofensiva: Eder, face à ausência de Smolov, deverá ser a escolha, mas Semin poderá recorrer a Aleksey Miranchuk, que desempenhou com êxito o papel de ‘falso nove’ ante o Rostov (2-1), o que implicaria a titularidade do seu irmão gémeo Anton Miranchuk na ala direita.
EQUIPA-TIPO
Previsibilidade. Muito conje- turável em ataque posicional, momento em que exprime uma tendência excessiva para perscrutar o jogo exterior e/ou um futebol direto em busca da referência ofensiva, o Lokomotiv expõe mais argumentos para magoar o rival em contraataques ou ataques rápidos, o que faz com que, mesmo nos jogos caseiros, abdique de assumir o jogo. Contudo, denotase, em ambos os momentos, uma dependência extrema da criatividade de Aleksey Miranchuk e de Manuel Fernandes para oferecer algo de diferente a um futebol diminuto em ideias. São eles os jogadores mais capazes de fomentar conexões pelo espaço interior ou de buscar com qualidade os passes de rutura para as costas da defesa adversária, como
O LOKOMOTIV EXPÕE MAIS ARGUMENTOS PARA MAGOAR O RIVAL EM CONTRA- ATAQUES OU ATAQUES RÁPIDOS
também de criar desequilíbrios e de buscar finalizações de fora da área na sequência de primeiras ou segundas bolas. Por isso, as bolas paradas ofensivas acabam por ser a principal arma ofensiva.
Descarrilados. O processo defensivo do Lokomotiv roça o caótico, algo que ficou bem patente quando defrontou opositores de um nível competitivo elevado. Esse motivo levou Semin a robustecer a zona intermediária com mais uma unidade de contenção, optando por baixar as linhas e por procurar defender de forma mais curta e compacta.