Tomba-gigantes que é tudo menos pequeno
A história do duelo entre o Lusitano de Vildemoinhos e o Nacional, que ditou a inédita passagem da equipa da casa à 4ª eliminatória da Taça de Portugal, podia ser relatada recorrendo a inúmeros contos, nos quais a personagem mais frágil acaba por levar a melhor sobre a mais dotada fisicamente. Ainda assim, porque em Vildemoinhos – lugar da cidade de Viseu – também há heróis, a narrativa terá em conta os verdadeiros obreiros deste feito: jogadores, equipa técnica e direção do clube beirão. Cedo se percebeu que o velhinho, mas simpático, Estádio dos Trambelos não se tinha engalanado para ver o Nacional jogar. Por aquilo que se viu, ali mora uma equipa ambiciosa, lutadora e, o que mais saltou à vista, com enorme qualidade tática e técnica, principalmente se for levado em linha de conta que disputa o Campeonato de Portugal. Numa altura em que a festa é, claro, de todos, chega a ser injusto destacar algum dos jogadores do Lusitano. Por outro lado, mais injusto seria não referir três no-
mes: Paulo Oliveira, Nuno Rodrigues e Kiko, estrelas maiores que fazem brilhar a constelação. Agora, o clube sonha com um grande do futebol português, ainda que ‘grande’ tenha sido o próprio Lusitano, honrando os seus 102 anos de história com um feito memorável.