“Formação é a aposta certa no Benfica”
Continua a acompanhar os jogos do Benfica? Acredita que a equipa tem condições para reconquistar o título esta época? GS - Tento sempre ver os jogos do Benfica. A equipa é muito forte mas não está a conseguir ter regularidade nas competições europeias. Espero que consigam passar aos oitavos-de-final da Champions, porque a grandeza do clube merece ver também reconhecido esse valor na Europa. A equipa tem uma qualidade muito alta, tem jogadores muito qualificados e interessantes e estão a juntar juventude à experiência. A formação é a aposta certa, porque o Benfica é uma referência mundial. Tem uma estrutura forte e o trabalho que tem vindo a realizar com as camadas jovens tem sido fantástico. Basta ver que jogadores como João Cancelo, Bernardo Silva, Lindelöf ou Ivan Cavaleiro estão a jogar em grandes equipas da Europa. Essa ideia deve ser mantida. Falou do João Cancelo, com quem teve a oportunidade de jogar, mais tarde, no Valencia... GS - Quando o vi a jogar pela equipa B do Benfica, disse logo que estava ali o melhor lateraldireito de Portugal e até da Euro- pa. Tem um potencial fora do normal e tive a possibilidade de confirmar isso, mais tarde, no Valencia. Mas o futebol não é apenas talento e, por isso, disselhe que ele tinha de ouvir o que as outras pessoas lhe diziam. Tem uma cabeça complicada e sempre conversei muito com ele. Ainda hoje trocamos mensagens e vou sempre tentar ajudá-lo. Tem grande potencial, velocidade, técnica e inteligência. É um jogador completo, mas precisa de ter a cabeça mais assente e de aprender. Na Juventus tem adquirido maturidade e evoluído como atleta. Está a surpreenderme e acredito que com Cristiano Ronaldo ao lado ainda vai crescer mais. É uma pessoa pura e tem um coração enorme, mas tem de ser mais atinado.
E pelo que tem visto, Rui Vitória parece-lhe o homemindicado para continuar a assumir o comando da equipa?
GS - Merece crédito por tudo o que fez no clube até hoje, claro. Conseguiu conquistar grandes tí- tulos no Benfica e conhece a casa como poucos. Sabemos que a carreira de um treinador está sempre ligada aos resultados, mas creio que Rui Vitória é a pessoa indicada para continuar à frente da equipa.
No Benfica trabalhou com Jorge Jesus e, mais tarde, com Diego Simeone no Atlético Madrid. Gostou da experiência de lidar com duas personalidades tão carismáticas?
GS – Aprendi muito com ambos. Têm uma proposta de jogo diferente mas vencedora. O míster Jorge Jesus privilegia mais a posse de bola e Simeone é mais adepto do futebol de transição. São muito inteligentes nas ideias de jogo e são, sem dúvida, dos melhores técnicos com quem trabalhei. São respeitados em todo o Mundo. Aprendi muito com eles e foi uma grande experiência.
E a decisão de Jorge Jesus treinar o Al Hilal, da Arábia Saudita, surpreendeu-o?
GS – Pela capacidade que ele tem, pode treinar em qualquer liga do Mundo. Tem as ideias bem definidas e decidiu ir para a Arábia Saudita. Mas acredito que vai regressar à Europa e continuará a ser um vencedor. *