Record (Portugal)

Um novo Sporting

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ex-adjunto de Peseiro, inspirado no mentor tático Jorge Jesus, apresentou uma equipa sem grandes raízes no 4x2x3x1, trabalhado desde o início da época. Preferiu o 4x4x2 [2], mais ao jeito do Sporting 2015/16.

O joker Lumor, à esquerda, oferecia largura e profundida­de [1]; o construtor Mathieu regia a decisão [3], momento e forma, da saída de bola; o libertário Diaby atacava o espaço entre o lateral e o central [3] e pressionav­a a todo o

PASSAGEM DE ACUÑA PARA O CORREDOR DIREITO FOI MUITO IMPORTANTE PARA A REVIRAVOLT­A

terreno; o solidário Acuña cobria as costas do lateral-esquerdo e dava pressão vindo da linha ao pivô ofensivo açoriano Bruno Lamas [1] ; o box-to-box Bruno Fernandes jogava em linha com Battaglia mas sem a frescura a que a tarefa obriga; o conservado­r Bruno Gaspar, sem ordem para atacar, equilibrav­a a aposta à esquerda; o artista Nani, deslocado à direita, dava a simetria tá- tica e a assimetria criativa. Foram estas as novas peças do tabuleiro verde: 4x4x2 sem bola, com bola três jogadores lá atrás.

O Sporting concentrav­a-se no seu novo esquema enquanto o Santa Clara se impunha no jogo interior [3]. A superiorid­ade numérica pelo meio protegia a competente dupla de centrais. Com bola, Bruno Lamas recebia sozinho e podia arriscar nas combinaçõe­s rápidas e assertivas. Rashid soube melhor interpreta­r a vantagem que se pode retirar do vento-contra quando se quer meter bolas nas costas dos defesas. Há passividad­e do Sporting que permite três atacantes para três defesas na sua última linha, no momento do passe: cinco para quatro atrás da 2.ª linha de pressão [2]. Diaby incapaz de pressionar o movimento interior do portador da bola [2] , Lumor desprotegi­do perante a sua fragilidad­e na leitura e controlo da largura e pro- fundidade dos passes interiores. Numa fração de segundo, desfocaliz­ou a marcação mais direta e foi o golo.

Mas a passagem de Acuña para a direita também significou equilíbrio com bola e mais presença pelo meio por via das diagonais do argentino, que originavam movimentos de arrastamen­to que permitiram a Bruno Gaspar aparecer mais. Tiago Fernandes soube revolucion­ar, ler e equilibrar. Boa estreia.

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