Record (Portugal)

“Compreendo a frustração”

- FLÁVIO MIGUEL SILVA

O técnico do Benficagos­tou da“coragem” que aequipamos­trou emcampo e abordou as manifestaç­ões de desagrado que recebeu no fim, vincando aemoção que as pessoas demonstram­quando vão aumestádio de futebol

Otreinador­do Ajaxdisse que o jogo teve duas partes distintas. Concorda?

– Não. Foi muito repartido, com as equipas a saberem o que é que uma poderia dar à outra, como em Amesterdão. Na 2ª parte, o Ajax apareceu um pouco mais à procura da profundida­de das nossas costas também depois das duas substituiç­ões forçadas, sem ter praticamen­te qualquer lance de perigo. Tivemos oportunida­des e numa fase diferente definiríam­os de outra maneira ali. Temos o último lance do jogo e acabaria por estar aqui uma história completame­nte diferente. Foi um pormenor que acabou por ditar o resultado lá e cá.

–Como se dáavoltaao momento? – Era preciso olhar para este jogo em que era importante ver que tipo de equipa e homens iríamos ter aqui hoje. Fomos uma equipa de grande coragem, determinad­a e que não se escondeu. Lutou, trabalhou e foi rigorosa. Foi isso que não tivemos no último jogo, esse rigor e concentraç­ão que era preciso em alta competição. Tivemo-la hoje. Do ponto de vista objetivo, são quatro jogos sem ganhar e nós não gostamos. Uma equipa como o Benfica naturalmen­te que não gosta. Há aspetos positivos. Primeiro é preciso ter esta racionalid­ade. Uma coisa são os resultados e perceber se há ou não indicadore­s. As competênci­as não se perdem por momentos ou circunstân­cias. Há fases menos boas mas elas vão aparecer. – Os adeptos estão com a equipa mas não como treinador?

– Não quero entrar por aí. Estarmos agora a discutir este tipo de coisas não é a minha forma de pensar. O que mais me importa a mim é o futuro da equipa do Benfica. Compreendo perfeitame­nte a manifestaç­ão. Isto é um desporto de emo- ções. As pessoas são muito mais emotivas do que racionais. Faz parte. As pessoas não vêm para aqui para pensar. Vêm ver este aspeto do jogo e para querer ganhar. Compreendo a frustração das pessoas. Quem preparou o jogo como nós, quem vê a frustração na cara dos jogadores também fica muito frustrado. Outra coisa é pensarmos com racionalid­ade. Vamos ganhar e estar prontos para aquilo que aí vem. A mensagem prática do jogo agradou-me e aos jogadores. Não ganhámos e o resultado é que fica. Ninguém se vai lembrar do minuto 90’+2 lá e do 90’+4 aqui. Seria tudo ao contrário. É preciso ter a racionalid­ade para ver o jogo que fizemos, que foi um jogo muito competente, sério e competitiv­o. *

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