Record (Portugal)

DIAP PEDE MAIS TEMPO PARA CASO DOS EMAILS

- FLÁVIO MIGUEL SILVA

Ministério Público alega investigaç­ão a “atividade criminosa num esquema organizado”

O Departamen­to de Investigaç­ão e Ação Penal (DIAP) requereu mais tempo à juíza de instrução para levar a cabo a investigaç­ão do caso dos emails por, de acordo com os procurador­es, se estar na presença de “atividade criminosa que se insere num esquema altamente organizado”, noticiou ontem o ‘Expresso’.

Assente no Código de Processo Penal, na base deste pedido do DIAP está o facto de o processo ser de excecional complexida­de que investiga corrupção desportiva. O Ministério Público justifica o alargament­o temporal do inquérito devido à gravidade dos crimes em causa, ao número elevado de pessoas a ser alvo dessa investigaç­ão ou na documentaç­ão que foi já produzida e aquela que ainda virá a sê-lo. Desta forma, poderá manter o processo sob segredo de Justiça. Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD do Benfica, é o único arguido confirmado.

Depois de terem sido levadas a cabo buscas na SAD do Benfica e nas casas de Luís Filipe Vieira, Pedro Guerra, entre outros, a juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa reiterava que “os factos sob

O MP JUSTIFICA O PEDIDO COM A GRAVIDADE DOS CRIMES, O NÚMERO DE INVESTIGAD­OS E A DOCUMENTAÇ­ÃO JÁ PRODUZIDA

investigaç­ão respeitam à suspeita da atuação de responsáve­is da SAD do Benfica que, em conluio com personalid­ades do mundo do futebol e da arbitragem, procuraram exercer pressão e influência junto de responsáve­is da arbitragem e outras estruturas de decisão do futebol nacional”.

O processo dos vouchers, que já correu todas as instâncias desportiva­s e acabou por ser arquivado, está anexado, desde janeiro, ao dos emails e ainda ‘corre’ a nível cível. Em março, o Sporting requereu ser assistente do processo, algo que acabou por ser aceite pela juíza de instrução do TIC de Lisboa, algo que também já havia acontecido com o caso dos vouchers. Pinto da Costa, presidente do FC Porto, assim como os administra­dores da SAD portista Reinaldo Teles, Adelino Caldeira, Fernando Gomes e Rui Vieira Sá, foram notificado­s pelo Ministério Público para prestar declaraçõe­s no âmbito do processo dos emails. Foi Francisco J. Marques, diretor de comunicaçã­o dos azuis e brancos, que revelou, em junho de 2017, os primeiros emails, acusando o Benfica de corrupção. *

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VISADO. Paulo Gonçalves é o único arguido do caso dos emails

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