Record (Portugal)

Benfica sobre brasas

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VITÓRIA DEVE RECUPERAR A TRANQUILID­ADE E A CLAREZA NO DISCURSO. ISSO AJUDARÁ A EQUIPA OS JOGADORES PROVARAM ONTEM QUE ESTÃO COM O TREINADOR, MAS A VERDADE É QUE A RELVA ESCALDA DEBAIXO DAS SUAS BOTAS. A EQUIPA NÃO SOUBE O QUE FAZER COM A BOLA...

uma coisa não podem duvidar os adeptos do Benfica: a equipa está unida e quer vencer. Ontem ficou claro que os jogadores, se puderem, tiram Rui Vitória da difícil situação em que se encontra. Mas a relva escalda debaixo das botas dos atletas e a clarividên­cia não abunda. O Benfica conseguiu momentos de pressing intenso. Quando ganhava a bola, não sabia o que fazer com ela. Os mais tecnicista­s jogavam à desgarrada, os terrenos de cada um confundiam-se de tal forma que houve momentos de choque entre ávidos jogadores do Benfica. Com a Liga dos Campeões mais longe, tudo se vai decidir no próximo jogo da competição interna. O Benfica está obrigado a ganhar e assim mudar esta má fase de que fala Rui Vitória. De facto, quando a bola não entra, como aconteceu no último minuto do jogo com o Ajax, é preciso respirar fundo e construir uma nova fase já no próximo jogo.

Para que uma fase positiva volte ao Benfica é necessário que Rui Vitória recupere a tranquilid­ade e clareza no discurso. Os jogadores são muito sensíveis ao estado de espírito do líder técnico. Quando Rui Vitória tropeça nas palavras de autoelogio, falha dados estatístic­os, perde-se no labirinto das suas dúvidas, os jogadores tendem a deixar cair a confiança. Veremos no domingo que Benfica entra em Tondela. E que sons surgem das bancadas dos adeptos benfiquist­as.

No Dragão,

a equipa de Sérgio Conceição recuperou a capacidade para produzir bom futebol. Depois da goleada aos russos, chega no sábado mais um grande teste interno. O jogo maior da jornada é o FC PortoSp. Braga. É um espetáculo imperdível, com uma excelente equipa do Braga a ter um teste de fogo à capacidade para se bater pelo título. A saída extemporân­ea da Europa permite ao Braga ciclos alargados de preparação dos embates internos. O FC Porto só tem três dias para preparar este duro embate. Não há treino mais intenso e completo do que um jogo. O segredo é o trabalho de recuperaçã­o dos atletas e o respeito pelos necessário­s momentos de repouso. Veremos como aparece o FC Porto depois do recital da passada terça-feira.

Hoje o Sporting joga em Londres contra o poderoso Arsenal.

Se os jogadores entregues a Tiago Fernandes se superarem e obtiverem um bom resultado europeu, Frederico Varandas, certamente, ficará contente mas terá um novo problema para resolver. Os adeptos começarão a questionar o porquê de ir buscar um treinador desconheci­do, caro, que ignora as especifici­dades do futebol português, se a solução está ali mesmo à mão em Alcochete. Claro que é muito difícil manietar o Arsenal em sua casa. Mas não é impossível. Boa sorte!

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