Record (Portugal)

SONHO AMERICANO CADA VEZ MAIS PERTO

- PEDRO GONÇALO PINTO

LÍDERES DO RANKING TIVERAM DE SUAR Melhores do Mundo só bateram as guerreiras portuguesa­s à custa de um ressalto

Entre os Estados Unidos, a maior potência de futebol feminino mundial, e Portugal a diferença esteve num... ressalto. A Seleção Nacional sofreu, claro, mas nunca teve medo e chegou mesmo a sonhar com um resultado que não a derrota. Durante a primeira parte, o domínio norte-americano foi evidente na posse de bola, mas pouco mais. É que a organizaçã­o da Seleção Nacional falou quase sempre mais alto e até ameaçou aquilo que à partida era impensável. Para que se tenha noção, a pri-

JESSICA MCDONALD RESOLVEU PERTO DO FIM DA PRIMEIRA PARTE, MAS EQUIPA DAS QUINAS DEIXOU BELA IMAGEM

meira grande oportunida­de das campeãs do Mundo chegou aos 34 minutos, quando McDonald falhou com a baliza escancarad­a. Parecia que as norte-americanas estavam a crescer, mas eis que Portugal ficou ainda com mais razões para acreditar na surpresa. Jéssica Silva tentava abrir a lâmpada de génio com virtuosism­o e viu um remate perigoso ser cortado por Sauerbunn (39’), antes de um canto provocar ‘bruaá’: Dolores Silva bateu e Vanessa Marques cabeceou centímetro­s ao lado. O sonho americano ali tão perto! O pior chegou num abrir e fe- char de olhos. Dunn aproveitou um rasgão na defesa portuguesa e cruzou para McDonald, que ainda viu Patrícia fazer uma enorme defesa, antes de a tentativa de alívio de Sílvia Rebelo ressaltar na mesma McDonald para o fundo das redes. Forma inglória de cair... A lógica até podia ditar a goleada dos Estados Unidos, que chegaram às 500 vitórias, na 2ª parte. Nada disso! É certo que começou a haver mais trabalho, até porque as estrelas Alex Morgan e Carli Lloyd saltaram do banco para dar mais dores de cabeça. Morgan entrou cheia de vontade, obrigou Patrícia a uma série de defesas e ainda atirou ao poste, mas Portugal simplesmen­te não quebrava de vez. O problema é que nunca houve arte nem engenho das quinas para ir em busca do empate. Jéssica tentava, é verdade, mas o poderio norte-americano não permitia grandes ocasiões. Ainda assim, fica mais uma prova de que o futebol feminino português veio para ficar e não tem medo de olhar as potências bem nos olhos. *

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EM VELOCIDADE. Dolores Silva tenta ultrapassa­r Crystal Dunn

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