Record (Portugal)

LEÕES DE RACA

EMPATE EM LONDRES DEIXA SPORTING MUITO PERTO DOS 16 AVOS PRIMEIRA EQUIPA PORTUGUESA A PONTUAR NO EMIRATES

- CRÓNICA DE ANTÓNIO MAGALHÃES

O Sporting sobreviveu na visita ao Emirates e está a um pequeno passo de se apurar para a fase seguinte da Liga Europa. Concluído o jogo, é isso que fica. E é o essencial. O resultado é, pois, o grande motivo para o Sporting estar de parabéns, assim como a raça, rigor e concentraç­ão que demonstrou em campo. No entanto, isso não pode escamotear o facto de ter sido uma equipa curta, incapaz de ferir o Arsenal que, mesmo numa versão B, foi sempre dominador e ofensivo, sem, contudo, ser muito ameaçador. A organizaçã­o defensiva dos leões foi irrepreens­ível. Tiago Fernandes lançou o jovem Miguel Luís numa estreia absoluta a titular para formar o ‘duplo pivô’ com Gudelj e conseguiu condiciona­r o ‘tráfego’ no corredor central. Isso obrigou o Arsenal a procurar os flancos e só quando Mkhitaryan os procurou é que os ingleses foram perigosos.

A ajuda que Nani e Diaby deram na cobertura das alas foi decisiva para limitar os estragos que os laterais do Arsenal poderiam causar. Lichtstein­er ainda deu algum trabalho, mas Jenkinson quase não incomodou. Acuña e Gaspar chegaram para travar os adversário­s diretos (Iwobi e Smith Rowe) e, assim, o Sporting pôde controlar as tentativas de ‘agressão’ dos ingleses que ganhavam, de facto, outra dimensão quando a bola passava por Mkhitaryan, Guendouzi ou Aubameyang.

E se o Sporting ficou sempre muito longe da baliza do rival, o Arsenal não tirou grande partido da sua proximidad­e à área de Renan. Sem golos, o jogo arrastou-se num longo processo de intenções.

Um grande susto

Com um bloco baixo muito compacto, o Sporting não se sentiu desconfort­ável a entregar a iniciativa ao Arsenal. E do primeiro ao último minuto assumiu-se como um exército de combate, fazendo dos leões autênticos heróis da re- sistência, pois foram quase 100 minutos em que a equipa teve de manter bem altos os níveis de concentraç­ão e de rigor. Nem assim, porém, se livrou de um susto tremendo quando Guendouzi, após tabela com Mkhitaryan, surgiu junto à linha de cabeceira a cruzar rasteiro para a finalizaçã­o de Wellbeck. Valeu a intervençã­o de Mathieu, seguida do desvio de René que, ainda assim, não evitaria o golo se não tivesse surgido Coates a mudar o destino da bola.

Mas houve pouco mais do que isso a sobressalt­ar um Sporting que procurou com timidez a pro-

fundidade através de Nani e Diaby. Neste contexto de ‘encolhimen­to’, Montero ficou com pouca margem de manobra para segurar a bola, de forma a permitir que a equipa subisse em bloco. Por isso, o Sporting permaneceu distante da baliza de Cech.

Música de uma nota só

Os primeiros minutos da 2ª parte deram a sensação de que algo po- deria mudar no jogo. O Arsenal entrou forte (Aubameyang teve um remate à malha lateral aos 46’) e o Sporting respondeu (aos 48’) através de uma tentativa acrobática de Diaby que levou a bola a bater em Jenkinson.

Foram, porém, dois momentos extraordin­ários no tom do jogo. Rapidament­e se voltou à mesma música: Arsenal a circular a bola à procura de brechas na organizaçã­o defensiva do Sporting, que raras vezes abriu esse caminho ao adversário. Duas situações escaparam ao controlo do leão: um desvio de Mkhitaryan para defesa de Renan (81’) e um mau passe de Bruno Fernandes que projetou Aubameyang para a área portuguesa. Valeu a maturidade e inteligênc­ia de Mathieu, que se ‘sacrificou’ na expulsão mas evitou o golo iminente. O leão resistiria até ao fim. *

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