OS AMIGOS DO ALGÉS
Veteranos João Santos, Miguel Barroca e João Manuel ajudam clube pelo prazer de jogar
Para início de conversa tudo ficou bem esclarecido à partida: não há sequer passe social, dinheiro para prémios de jogo, nem de subida de divisão. E, em contrapartida, o que se pede é que honrem a camisola de um clube centenário, nascido em 15 de junho de 1915, e que nunca desistam de lutar pela vitória. Perante este cenário, poder-se-ia pensar que era difícil alguém aceitar estes pressupostos. Mas, na verdade, até acabou por ser fácil. E porquê? Simplesmente pelo amor à modalidade e pela amizade ao Sport Algés e Dafundo. Para quem já jogou em clubes como o Benfica ou FC Porto ou até no credenciado campeonato grego, como é o caso de João Santos, o regresso ao pavilhão do Algés, para quem tem 39 anos, é fácil de justificar: “O prazer de jogar, estar com os amigos e ensinar os mais novos que ainda estão a fazer a sua formação como jogadores.” “Construir algo” é o desejo do ex-internacional português para quem jogar na CNB1 (3º escalão nacional) não tem nada de especial. “Basquetebol é basquetebol e adoro jogar”, sublinha o mais alto (2,04 metros) jogador do SAD.
Iniciativa de Miguel Barroca
O convite a João Santos foi feito por Miguel Barroca, que decidiu, aos 34 anos, deixar de ser treinador da formação no Sport Algés e Dafundo para adiar por mais algum tempo o fim da carreira. “Cada coisa no seu lugar e, por agora, jogar está em primeiro lugar”, adianta o filho do conhecido comentador e treinador Carlos Barroca. Miguel, que se destacou no Benfica, lançou o desafio aos seus amigos e também amigos do Algés. “O que me pediram foi para juntar os jovens da formação, dar-lhes experiência nesta fase de transição e dignificar o clube”, diz, antes de frisar: “Ninguém se diverte a perder jogos. E se surgir a oportunidade para andarmos nos primeiros lugares não a queremos desperdiçar.”
João Manuel, que esteve 14 anos no Benfica, é outro dos que entrou na aventura, aos 39 anos. “É um clube com enorme mística e quando jogamos em casa temos o pavilhão cheio com muita gente nova a assistir, o que é muito bom”, lembra. Mas há ainda Tiago Magalhães (o mais velho do grupo, com 42 anos) e Jorge Afonso (de 39). “Falei com a família e cá estou a fazer mais uma época. Estou a adorar a experiência”, garante este último. *