EGOÍSMO POSITIVO
Movimento pretende integrar pessoas com mobilidade reduzida em provas de atletismo
Pode o egoísmo ser algo positivo? À primeira vista, o conciliar destas duas palavras não parece muito correto ou possível, mas se lhe falarmos e explicarmos o movimento Egoísmo Positivo talvez mude de ideias. Nascida em Espanha, em 2015, esta iniciativa foi lançada por dois ultramaratonistas (Alejandro Parreño e Jesús Oliver), que de tanto participarem em provas perceberam que já não lhes chegava simplesmente... correr. Tinham de fazer algo de diferente, algo em prol da sociedade. Inicialmente a ideia passava por angariar fundos para causas solidárias, mas rapidamente assumiu outra dimensão, chegando àquela que é atualmente a génese deste movimento: permitir a pessoas com mobilidade reduzida participar em provas de atletismo. O crescimento foi tão rápido que chamou a atenção em Portugal, levando dois amigos de Espinho – Ricardo Viseu e Daniel Oliveira [na foto em baixo] a tentar perceber de que forma poderiam trazê-lo para o nosso país, por também terem vontade de fazer algo mais do que simplesmente correr. “A nossa ideia passou desde o início por nos identificarmos em fazer algo mais do que participar numa corrida e correr. Tem a ver com uma abordagem diferente do nosso grupo [Runners and Friends, de Espinho], que é um pouco atípico. Não temos um padrão, somos muito arrojados e a ideia é inovar sempre. Somos um grupo de corredores que vive muito da amizade”, revela Daniel Oliveira. Ricardo deu o primeiro passo em janeiro deste ano, quando encetou contactos com a casa-mãe e, nove meses volvidos, o ‘bebé’ tinha nascido e estava a correr nas ruas do Porto. Apoiado desde a primeira hora pela RunPorto, o Egoísmo Positivo marcou presença na meia-maratona, na qual entraram 18 cadeirantes, apoiados por cerca de 90 atletas. A experiência foi tão positiva que mês e meio depois houve nova invasão de egoísmo positivo nas ruas da Invicta, agora na Family Race, uma prova de 15 quilómetros integrada na Maratona do Porto, na qual participaram 17 atletas com o apoio de 80 outros - estavam inscritos 24, mas o mau tempo acabou por ‘afugentar’ alguns dos interessados.
E apesar das difíceis condições atmosféricas (com muita chuva), o
A ideia do projeto, explica Daniel Oliveira, passa primeiramente por permitir a participação de