Record (Portugal)

PAULO GONÇALVES SENTE-SE “ALIVIADO”

- FLÁVIO MIGUEL SILVA

APÓS COLABORAR COM A JUSTIÇA Ex-assessor jurídico foi ouvido durante cerca de três horas e diz estar de consciênci­a tranquila

Paulo Gonçalves foi ontem interrogad­o no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, durante cerca de três horas, no âmbito do processo EToupeira. À saída, o advogado reiterou que se sentia “aliviado” por ter colaborado para o encontrar da verdade.

“Estou de consciênci­a tranquila e aliviado por ter colaborado com a Justiça”, deixou claro o ex-assessor jurídico da SAD do Benfica, que está acusado de 79 crimes, sendo um deles corrupção ativa. Gonçalves garantiu ter “esclarecid­o tudo” à juíza de instrução, Ana Peres. “Sinto que cumpri o meu dever”, acrescento­u, sublinhand­o que “a Justiça vai decidir” se haverá, ou não, julgamento num processo que se encontra agora em fase de instrução, requerida por outros três arguidos: os funcionári­os judiciais José Nogueira Silva e Júlio Loureiro, para além da SAD encarnada.

Paulo Gonçalves cessou funções na Luz a 17 de setembro último, depois de ter começado a exercêlas ainda em 2007. À saída do TCIC, o antigo dirigente das águias não escondeu que mantém a amizade com Luís Filipe Vieira. “Claro [que mantenho]. Não só com ele mas com muita gente. Graças a Deus não fui abandonado pelos amigos. Não é uma questão de ter apoio ou deixar de ter. Estou

“O PRESIDENTE DO BENFICA É MEU AMIGO”, AFIRMOU, VINCANDO QUE NÃO FOI ABANDONADO PELOS AMIGOS

de consciênci­a tranquila e aliviado por ter colaborado com a Justiça”, reforçou o advogado, que entrou nas instalaçõe­s rumo à audiência quando o relógio ainda marcava as 13h45, saindo perto das 19 horas. O ex-responsáve­l encarnado voltou ao tema logo depois, sem problemas de afirmar o que já tinha dito: “O presidente do Benfica é meu amigo”. À entrada para o interrogat­ório, Paulo Gonçalves, de 49 anos, apenas se mostrava preocupado em colaborar, deixando uma certeza: “Acima de tudo, sou benfiquist­a”. Recorde-se que, segundo a acusação do Ministério Público, Gonçalves agiu em favor da sociedade anónima desportiva encarnada e no consciente desempenho das funções , solicitand­o às ditas ‘toupeiras’ informaçõe­s privilegia­das sobre vários processos judiciais em troca de bilhetes e produtos de merchandis­ing. “José Silva (oficial de Justiça) e Júlio Loureiro (observador de árbitros e também oficial de Justiça), com a promessa de tratamento privilegia­do junto do Benfica, designadam­ente para assistênci­a a jogos em condições favoráveis, aceitaram proceder como solicitado por Paulo Gonçalves”, sustenta o MP. *

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TRANQUILO. Paulo Gonçalves delegou esclarecim­entos no advogado mas acabou por responder às questões

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