Do sofrimento ao apuramento
Portugal fez uma1.ªparte sofrível, verdadeiramente amassado porumadinâmica,enérgica e cerebral Itália, àqual faltou mais pungência nas zonas de finalização. Mérito tremendo dos azzurri, capazes de imporpressão altíssimae de efetuaruma reação contundente àperda[ 3], assim como de se revelarem sagazes ainstalarse com bola no meio-campo rival [1], alternando umacirculação fluida entre os três corredores com umataque veemente às entrelinhas [ 1], fruto das movimen- tações para esse espaço dos falsosalas Insigne e Chiesa. Além disso, criaram feridas nos contragolpes que protagonizaram [ 2], entrando naúltimametade do campo em paridade numérica. Tudo isto é indissociável damáprestação nacional, que, sem Pepe nadefesa, se posicionou numbloco muito mais baixo [ 1], emque ficou atestado que defenderde formacurta não é sinónimo de sercompacto.
O 4X4X1X1 APÓS O INTERVALO, COM BERNARDO NAS COSTAS DE ANDRÉ SILVA, COMEÇOU LENTAMENTE A MUDAR O JOGO
Porisso,mesmo com as linhas defensiva e intermediária muito próximas [ 1,3], aItália penetrou com veemência nesse espaço,faltando também maioragressividade para condicionaro portadorda bola, o que permitiu que os cerebrais Jorginho e Verrattitivessem sempre tempo e espaço para se enquadrare tomaramelhordecisão no passe. Depois, acratera que se criou entre as duas primeiras linhas e o solitário André Silva permitiu que os italianos recuperassem a bola comextremafacilida- de, muitas vezes no último terço do terreno [ 3], até porque Bernardo, o mais capaz de estabelecer essa ligação, viu-se obrigado afuncionarcomo segundo lateral, porque as movimentações de Insigne e Chiesa criaram dúvidas nos laterais –Cancelo e Mário Rui–e em Neves,desunindo aequipa em momento defensivo e ofensivo. A reorganização em4x4x1x1 após o intervalo, com Pizzideslocado para o corredordireito, passando Bernardo asurgirnas costas de André Silva,começou amudar lentamente acara do jogo. AItália não deixou de terascendente,mas sentiu muito mais arduidades para entrarno bloco rival e em chegara zonas de finalização. Menos agressivos e dinâmicos com o passardos minutos, os azzurricomeçaramacedernaúltimameia hora, o que se agravou, aos 68’, com aentrada de João Mário. O médio afiançou abola e acapacidade para afazercircularpara aSeleção,proporcionando achegada a zonas de finalização, algo que não acontecera até aí.