Record (Portugal)

“Escrevi de forma leviana”

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Quando resolveu fazer umrelatóri­o sobre a situação do clube – “O futuro do Sporting começa por todos nós” –, imaginava acabar como administra­dor da SAD? MC – Não esperava, de todo. Fiz o documento depois do ataque à Academia, em duas semanas. Queria ajudar o Sporting.

Seis meses depois, consegue calcular os danos de imagem? MC – Não consigo. Não sei se alguém consegue. Houve uma dificuldad­e de relação com as marcas, obviamente. Foram momentos difíceis. Uns saíram, ou irão sair, outros ficaram para ver.

Asuspeita de envolvimen­to do anterior presidente tem impacto adicional na reputação?

MC – O Sporting será sempre muito maior do que qualquer pessoa que esteja a liderá-lo. E os parceiros percebem isso.

Voltando ao seu relatório, continua adefender que “é necessário refundar a Juve Leo e repensar toda a política das claques”?

MC – Vou ser muito sincero: quando escrevi o documento, não esperava estar sentado aqui. E, portan- to, escrevi-o de uma forma, podemos dizer, leviana. Eu tinha um parágrafo diferente, bastante construtiv­o. Mas depois eles fizeram aquela manifestaç­ão dos 23. Fiquei muito aborrecido e resolvi escrever algo mais radical, mas obviamente descomprom­etido. Eu próprio me tenho excluído de todas estas conversas sobre as claques, porque não quero queimar o processo e a construção de pontes com a direção. É preciso chegarmos a um acordo, a um consenso. O caminho deve ser feito em con- junto. Estive no Emirates e foi fantástico. Para aquilo há futuro.

Como pensa aumentar as receitas de bilheteira quando existe um afastament­o das claques e em concreto com a Juve Leo?

MC – A maior parte da componente das receitas de bilheteira vem de outros sectores. A resposta está no futebol praticado, na qualidade do espetáculo e, por outro lado, na forma como nós comunicamo­s e promovemos o Sporting.

O presidente destituído foi acusado de 98 crimes. Dirigentes do Benfica e do FC Porto também estão a ser investigad­os. O negócio do futebol está ameaçado? MC – À Justiça o que é da Justiça. Eu penso que não. O futuro do futebol será com a base que nós próprios estamos agora a lançar, de transparên­cia, competênci­a, trabalho e posicionam­ento construtiv­o. *

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CONVERSA. Miguel Cal recebeu Record num camarote do Sporting em Alvalade

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