Record (Portugal)

ESTA LIGA É NOSSA

FINAL FOUR REALIZA-SE EM PORTUGAL EM JUNHO DE 2019

- RUI DIAS

FERNANDO SANTOS ““Mostrámos Mostrámos a qualidade do futebol português”

Portugal selou a presença na fase final da Liga das Nações ao cabo de hora e meia de um jogo cuja história nem sempre lhe foi favorável. A equipa teve de sofrer, de jogar como não gosta, de resistir a momentos em que foi atirada para as cordas e, depois, aparecer como se nada disso tivesse tido consequênc­ias na sua integridad­e e discutir o jogo até ao fim. A nova Seleção Nacional deu grande prova de maturidade em S. Siro, mostrando no fundo que é uma equipa completa, íntegra, capaz de dar resposta a todas e quaisquer exigências. Um feito notável mesmo que, para esta ideia final, seja necessário referir algumas fases em que Portugal se afastou dos parâmetros que dão forma ao campeão europeu.

Rui Patrício fez duas grandes defesas que evitaram o golo italiano mas, não menos verdade, Donnarumma salvou a Itália da derrota quando, aos 76 minutos, fez uma defesa incrível a tiro de William Carvalho, numa altura em que Portugal já era, de forma clara, a melhor equipa em campo.

Coragem italiana

Se o jogo foi lançado na perspetiva de ambas as equipas se unirem à volta da bola, então Mancini roubou a ideia a Fernando Santos. E fê-lo com entusiasmo, desenvolve­ndo um estilo que recebeu o apoio do público e gerou passividad­e na formação portuguesa que, nos primeiros instantes, se revelou pouco organizada, sem tempo de entrada aos lances e sem ligação entre os sectores. Bruma, aos 11 minutos, construiu a única jogada de perigo da Seleção Nacional, numa incursão pela zona central, só parada por Chiellini no momento do tiro, lance que intimidou o adversário e fez refrearlhe os instintos.

Alturas houve em que, sendo verdade que em confronto estavam duas equipas a formar-se, Portugal tinha mais soluções, mais experiênci­a, revelando nível de maturação superior. A Squadra Azzurra estimulou um futebol de passe, prevalecen­do o temperamen­to de uma equipa com sede de vitória. Não deu para chegar ao golo mas foi suficiente para dar ao jogo uma fisionomia. Os italianos empurraram o adversário para junto da sua grande área e, em determinad­a altura, pareceu que Portugal estava apenas a exercitar meio jogo, o defensivo, algo a que não está habituado.

Pelo contrário, a ideia de Mancini revelou-se contra a natureza do próprio futebol italiano: posse, jogo atrativo, olhos postos na baliza contrária. Ao intervalo, a conclusão apontava para dificuldad­es pouco usuais na Seleção Nacional, obriga-

da a utilizar umbloco muito baixo, a defender quase sempre e a sair dos apertos, apenas, em transições ofensivas ou mesmo em contraataq­ue.

Portugal melhora muito

Ao intervalo, Portugal alterou o seu jogo. Pressionou um pouco mais à frente, criou obstáculos a uma saída limpa do antagonist­a e começou aí a lançar grãos de areia na engrenagem italiana. A equipa arrefeceu claramente o jogo, tornou-se mais ativa e aliviou a pressão. Os italianos revelaram finalmente algumas debilidade­s, deixaram de arriscar como tinham feito até então e o jogo, como que por magia, equilibrou-se. Pode dizer-se que a tendência foi fazer os pratos da balança do domínio das operações penderem para o lado português. Os jogadores nacionais começaram a chegar primeiro aos lances, esconderam a bola e foram soltando as feras na direção da baliza de Donnarumma. Aos 74 minutos, João Mário rematou em boa posição por cima da barra e dois minutos depois William Carvalho teve tiro espetacula­r para assombrosa intervençã­o do guarda-redes italiano. Não era fácil de prever mas Portugal chegou ao fim a revelar autoridade absoluta sobre o adversário. *

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