Record (Portugal)

“Podemos ter problemas se não formos consistent­es”

Selecionad­or assumiu a probabilid­ade reduzida de não sofrer golos e apelou à concentraç­ão para evitar que polacos imponham os pontos fortes

- PEDRO MALACÓ

selecionad­or nacional Rui Jorge assumiu o conforto pela vitória (1-0) que a Seleção arrecadou na Polónia, na 1ª mão do playoff de acesso ao Campeonato da Europa a disputar em Itália, no verão do próximo ano, mas também foi lesto a colocar o dedo na ferida quando salientou a probabilid­ade reduzida de Portugal conseguir terminar o tira-teimas sem sofrer golos. Perspetiva pragmática que conduziu o responsáve­l a uma antevisão calculista, bem como a emitir um alerta para a necessidad­e de concentraç­ão total em todos os momentos do jogo com o objetivo de travar uma Polónia que espera ser muito previdente no início, mas sem nada a perder se o desenrolar da ação não sofrer alterações. “Apesar do bom resultado e da boa exibição na Polónia, não estamos apurados e os jogadores sentiram a dificuldad­e do jogo para perceber que podemos ter problemas se não formos consistent­es como na primeira parte da eliminatór­ia”, comentou Rui Jorge, reconhecen­do a força das transições do adversário: “Não sofremos golos na Polónia, mas este é um adversário que concretiza com muita facilidade e, estatistic­amente, será difícil repetir isso, pelo que temos de saber controlar as transições e os lances de bola parada, que são as situações de mais-valia para eles.” Resguardo estratégic­o, contudo, que não demove a perspetiva do selecionad­or de garantir um desenrolar idêntico ao que se verificou no Estádio Ernest Pohl, pese embora a ambição de evitar uma reta final de nervos.

“Não creio que este jogo traga muitas novidades, até pelas caracterís­ticas das duas equipas, pelo que a Polónia vai apresentar­se na sua forma habitual de jogar, ao passo que o domínio da posse da bola é uma natureza de Portugal”, argumentou o treinador, convicto numa aceleração adversária na reta final: “Nesta altura já não estamos empatados e a Polónia deverá manter-se fiel às suas caracterís­ticas no início, mas, como precisa do resultado e se para o fim as coisas não lhes servirem, acho que vão carregar.” Análise realista que Rui Jorge não só garantiu ter sido a mensagem que passou a todo o grupo durante a organizaçã­o deste playoff, como também o levou a rejeitar qualquer ideia de favoritism­o. “Matematica­mente ainda nada está resolvido e, se estivéssem­os preocupado­s com o favoritism­o, descurávam­os a preparação, pelo que tudo o que me interessa é dotar os jogadores com o conhecimen­to sobre as debilidade­s do adversário, bem como as suas principais forças para que estejam devidament­e preparados a explorar todas as circunstân­cias do jogo”, desabafou Rui Jorge, para logo de seguida colocar o foco na astúcia que a alta competição exige: “Não podemos facilitar em nenhuma circunstân­cia porque qualquer perda de bola numa zona crítica e o consequent­e desposicio­namento tático pode levar a Polónia a situações extremamen­te perigosas, mas também temos de ser eficientes em termos ofensivos, porque houve uma fase do jogo na Polónia em que eles pressionar­am e Portugal podia, e deveria, ter sido mais esclarecid­o.” *

“NÃO ESTAMOS APURADOS E PODEMOS TER PROBLEMAS SE NÃO FORMOS CONSISTENT­ES COMO NO PRIMEIRO JOGO” “TUDO O QUE ME INTERESSA É DOTAR OS JOGADORES COM O CONHECIMEN­TO SOBRE AS DEBILIDADE­S DO ADVERSÁRIO” “NÃO PODEMOS FACILITAR EM NENHUMA CIRCUNSTÂN­CIA PORQUE QUALQUER PERDA DE BOLA PODE LEVAR A POLÓNIA A SITUAÇÕES MUITO PERIGOSAS”

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