Record (Portugal)

E NO FIM PERDEU A ALE MANHA

A Seleção cumpriu o objetivo mínimo e a Polónia sobe a cabeça-de-série na qualificaç­ão do Euro. O risco é a Mannschaft vir parar ao nosso grupo

- CRÓNICA DE VÍTOR PINTO

Está a tornar-se um hábito o facto de o futebol, mesmo continuand­o a consistir no ‘onze contra onze’, agora terminar cada vez mais vezes com a derrota da Alemanha. A Mannschaft não esteve em ação em Guimarães, mas o facto de a Polónia poder agarrar a vaga dos germânicos como cabeça-de-série na qualificaç­ão para o Euro’2020 teve influência evidente no decurso da partida e levou a Seleção Nacional a encarar problemas muito superiores aos que seriam expectávei­s frente a um rival já despromovi­do à Liga B. Poderia interessar a Portugal investir mais recursos para garantir o triunfo e assim eliminar o risco de ter de defrontar os alemães na próxima campanha de apura- mento. Todavia, a Seleção Nacional não colocou gramas adicionais de esforço em prol desse cenário menos problemáti­co. O foco, sem dúvida, foi sobretudo o de terminar a campanha memorável da Liga das Nações sem derrotas, encerrando igualmente com uma nota animadora um ano de 2018 onde só o desfecho do Mundial surge como um amargo de boca. A Seleção Nacional cumpriu esse objetivo mínimo de não ser desfeitead­a e não valia a pena colocar a fasquia mais alta. É que, apesar do estádio cheio e do entusiasmo dos adeptos, era pouco razoável pedir um rendimento superior a um onze que, normalment­e já marcado na Liga das Nações pela fase de renovação que Portugal atravessa, ainda teve de lidar com sete mudanças em relação ao duelo anterior contra a Itália. O empate salomónico foi o desfecho de consenso no Berço, condenando a Alemanha à tal humilhação que, se o sorteio correr mal, ainda pode sairnos pela culatra...

Franko(wski) atirador

Mesmo tendo margem para ser mais agressivo, apesar das baixas com que tinha de lidar, Fernando Santos optou pela solução de introduzir dois falsos alas como me- dida que pretendia assegurar um controlo mais apertado do meiocampo. Dando, assim, um sinal em relação às suas intenções numa partida onde o adversário teria de se expor. Renato Sanches e Raphaël Guerreiro seguiram o guião, não hesitando em pisar terrenos interiores e abrindo caminho a que os laterais João Cancelo e Kevin Rodrigues explorasse­m os corredores. Danilo Pereira e William Carvalho, simultanea­mente em campo com tudo o que isso implica, procuravam controlar o corredor central, mas os sustos acabaram por chegar através das mudanças rápidas de flanco da

Polónia que Rodrigues sentiu enormes dificuldad­es para interpreta­r e prevenir. Por isso, Frankoswki explorou repetidame­nte as suas costas e provocou uma instabilid­ade necessária, mas que não causou estragos irreparáve­is. Antes, já Kedziora tinha cabeceado à trave. Mas o facto é que, apesar desses fogachos, só Portugal tinha conseguido capitaliza­r alguma ação, com André Silva a aumentar o seu pecúlio na Liga das Nações para três golos.

Dan(il)o evitável

A correção das fugas na que aspirava a ser a melhor defesa da Liga das Nações parecia lançar a fase decisiva do encontro em bases favoráveis, mas a elasticida­de com que João Cancelo evitou o que seria um inglório autogolo de Rúben Dias foi um aviso a ter em conta. Por todos, menos por William Carvalho, que numa ação infeliz praticamen­te isolou Milik, obrigando Danilo Pereira a uma intervençã­o mais física que acabou sancionada com penálti e expulsão. Uma benesse que o avançado do Nápoles, e substituto de Lewandowsk­i, aproveitou. Em inferiorid­ade numérica, Portugal não voltou a criar perigo, tendo Beto ainda negado uma oportunida­de a Zielinski. *

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