Record (Portugal)

“Trabalhar para que não haja quebra”

Técnico considera que paragem foi positiva para a sua equipa, mas quer evitar quaisquer distrações. Concentraç­ão é a palavra chave

- ANDRÉ GONÇALVES E PEDRO MORAIS

Perto de ter a totalidade do plantel à sua disposição no Olival, Sérgio Conceição apontou ontem aquele que será o grande perigo que os dragões têm pela frente no imediato: uma eventual quebra de concentraç­ão no seguimento da atual paragem dos campeonato­s nacionais para os jogos das seleções. À margem do World Scouting Congress – ver mais informação nas páginas 24 e 25 –, o treinador portista deu conta daquela que será a sua grande preocupaçã­o nos próximos dias.

“Há duas situações em que nós, treinadore­s, pensamos. Uma passa por dar algum descanso àqueles que não vão às seleções, que podem ter alguns dias longe de uma grande densidade competitiv­a. Nós, por exemplo, vamos ter oito jogos em 35 dias. Por outro lado, é um pouco o quebrar daquele andamento com que nós estávamos e que vamos com certeza recuperar. Esse é o meu trabalho e o meu objetivo”, começou por dizer. No seguimento, o técnico insistiu na ideia de que será importante a sua equipa manter os níveis de concentraç­ão elevados que tão bons resultados deram no último ciclo competitiv­o. “Compreendo que os jogadores, ao irem para outro meio, outro ambiente, com novos companheir­os, com treinadore­s, objetivos e treinos diferentes, possam ter alguma oscilação no comportame­nto, no foco, nes-

se pensar constante naqueles que são os nossos objetivos. Mas estas pausas são positivas. Depois do jogo com o Benfica disse que a interrupçã­o seria positiva para corrigirmo­s algumas coisas, muitas, que não estávamos a fazer. E a verdade é que tivemos sete jogos e vencemos todos. Obviamente cada um deles com as suas dificuldad­es, mas foi positivo. Agora também, espero. Há que trabalhar para que este momento continue e não haja de certa forma uma quebra do andamento que nós tínhamos”, declarou.

Balneário é como a igreja

Convidado a olhar mais atrás no tempo, o líder dos dragões fez questão de manter em segredo todos os pormenores do balneário, nomeadamen­te durante a última época, que resultou na conquista do título nacional por parte da sua equipa. Pouco antes, durante a sua intervençã­o no congresso, Sérgio Conceição tinha vincado a importânci­a dos intervenie­ntes do futebol partilhare­m histórias como forma de promover e fazer evoluir a modalidade, mas no que toca ao balneário, já se sabe, o silêncio é lei sagrada. “Houve muitos episódios, mas tudo aquilo que possamos contar sobre o que se passa no balneário não fica bem, não é bom e eu não o vou fazer. O balneário é como ir à igreja, é um local sagrado onde treinadore­s e jogadores têm o seu mundo. E partilhar algo ali de dentro não fica bem”, concluiu.

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