“Trabalhar para que não haja quebra”
Técnico considera que paragem foi positiva para a sua equipa, mas quer evitar quaisquer distrações. Concentração é a palavra chave
Perto de ter a totalidade do plantel à sua disposição no Olival, Sérgio Conceição apontou ontem aquele que será o grande perigo que os dragões têm pela frente no imediato: uma eventual quebra de concentração no seguimento da atual paragem dos campeonatos nacionais para os jogos das seleções. À margem do World Scouting Congress – ver mais informação nas páginas 24 e 25 –, o treinador portista deu conta daquela que será a sua grande preocupação nos próximos dias.
“Há duas situações em que nós, treinadores, pensamos. Uma passa por dar algum descanso àqueles que não vão às seleções, que podem ter alguns dias longe de uma grande densidade competitiva. Nós, por exemplo, vamos ter oito jogos em 35 dias. Por outro lado, é um pouco o quebrar daquele andamento com que nós estávamos e que vamos com certeza recuperar. Esse é o meu trabalho e o meu objetivo”, começou por dizer. No seguimento, o técnico insistiu na ideia de que será importante a sua equipa manter os níveis de concentração elevados que tão bons resultados deram no último ciclo competitivo. “Compreendo que os jogadores, ao irem para outro meio, outro ambiente, com novos companheiros, com treinadores, objetivos e treinos diferentes, possam ter alguma oscilação no comportamento, no foco, nes-
se pensar constante naqueles que são os nossos objetivos. Mas estas pausas são positivas. Depois do jogo com o Benfica disse que a interrupção seria positiva para corrigirmos algumas coisas, muitas, que não estávamos a fazer. E a verdade é que tivemos sete jogos e vencemos todos. Obviamente cada um deles com as suas dificuldades, mas foi positivo. Agora também, espero. Há que trabalhar para que este momento continue e não haja de certa forma uma quebra do andamento que nós tínhamos”, declarou.
Balneário é como a igreja
Convidado a olhar mais atrás no tempo, o líder dos dragões fez questão de manter em segredo todos os pormenores do balneário, nomeadamente durante a última época, que resultou na conquista do título nacional por parte da sua equipa. Pouco antes, durante a sua intervenção no congresso, Sérgio Conceição tinha vincado a importância dos intervenientes do futebol partilharem histórias como forma de promover e fazer evoluir a modalidade, mas no que toca ao balneário, já se sabe, o silêncio é lei sagrada. “Houve muitos episódios, mas tudo aquilo que possamos contar sobre o que se passa no balneário não fica bem, não é bom e eu não o vou fazer. O balneário é como ir à igreja, é um local sagrado onde treinadores e jogadores têm o seu mundo. E partilhar algo ali de dentro não fica bem”, concluiu.