Record (Portugal)

Guardam redes e não só

- Sérgio Krithinas Editor

Amados ou odiados, dependendo do dia, da hora ou do adepto, os guarda-redes têm em si resumidos os instintos mais simplistas de quem vê futebol. Se a equipa perde, é muito provável que haja alguém a apontar o dedo ao homem entre os postes. Se ganha, poucos se lembrarão dele.

O trabalho dos guarda-redes é quase exclusivam­ente avaliado pelas defesas que fazem ou que deixam de fazer. Quando a grande verdade é que as defesas – no sentido de resposta a remates – são uma ínfima parte do que devem fazer durante um jogo, algo ainda mais verdadeiro para guarda-redes de equipas que passam a maior parte do tempo a dominar os adversário­s. A um guarda-redes de topo

AS DEFESAS SÃO UMA ÍNFIMA PARTE DO QUE UM GUARDA-REDES DEVE FAZER EM QUASE TODOS OS JOGOS

exige-se bem mais do que parar remates: visão periférica para nunca perder noção de espaço, coragem e determinaç­ão a sair a cruzamento­s, leitura de jogo para encurtar distância para a linha defensiva, qualidade técnica com os pés e uma grande voz de comando, pois vê o que mais ninguém vê em campo.

Se pensarmos nos grandes guarda-redes da atualidade, há nomes que farão parte de qualquer lista, como Neuer, Courtois, Oblak e Ter Stegen. Em comum têm algo: fazem muito mais em campo do que ‘simplesmen­te’ parar remates. Aliás, é precisamen­te por serem foras-de-série que conseguem muitas vezes nem sequer fazer defesas, pois impedem finalizaçõ­es com saídas a cruzamento­s ou uma boa leitura de jogo a encurtar espaços para a linha defensiva. E, no entanto, precisam de acrescenta­r a tudo isto grandes defesas para serem reconhecid­os.

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