15 anos do Dragão

Recordo como se fosse hoje a inauguração do Estádio do Dragão, há 15 anos.

Não me esquecerei do frio que apanhei nessa noite, nem tão-pouco da festa que foi ver nascer um novo estádio que atirara para o ‘banco de suplentes’ o velhinho mas saudoso Estádio das Antas.

Nessa noite pensei que aquela bela prenda só poderia trazer mais anos de história para este grande clube.

Quinze anos depois, conquistámos mais uma Champions, uma Liga Europa, uma Taça Intercontinental e nove campeonatos nacionais. Foram ao todo 24 títulos, se somarmos as Taças de Portugal e as Supertaças, que estão gravados neste ‘adolescente’ estádio.

Pinto da Costa não prometera nada; ao invés, deu-nos tudo isto. Deu-nos Mourinho, Villas-Boas, Vítor Pereira e Conceição, entre outros.

E recordar que por aquela relva habitaram jogadores como Jackson, Hulk, James Rodríguez, Lucho, Baía, McCarthy, Falcão, Quaresma, Deco, Ricardo Carvalho, Anderson e Casillas.

Lembro-me de em 2015 assistir aos 3-1 ao Bayern Munique nos quartos-de-final da Champions, de em 2013 ver o golo de Kelvin que ajoelhava o Benfica e de em 2010 aplaudir os 5-1 ao Villarreal que nos garantia mais uma presença numa final europeia. Por mais que Vieira queira fazer querer aos seus adeptos que o Benfica domina o futebol nacional, o registo histórico destes últimos 15 anos do Dragão põe a nu a sua propositada falta de memória. Este estádio dobrou a história escrita nas Antas, poderá em breve triplicar esta linda história europeia.

O futebol está a mudar, as grandes equipas são cada vez maiores, mas o Porto continua a ser o Porto. Este Porto é feito de grandes e exigentes

A RAÇA DOS JOGADORES DO PORTO, A VONTADE DE GANHAR,

adeptos, de excecionais profissionais, de atletas que respeitam a memória do clube e que a querem reescrever com mais e melhores vitórias.

Podem encher de dinheiro os Reais Madrids, os Barcelonas e os PSG desta vida, que a raça dos jogadores do Porto não se extingue. A vontade de ganhar é pintada em riscas azuis e brancas e a tela desta grande obra é assinada por Jorge Nuno Pinto da Costa.

Quarta-feira lá estarei para ver o Porto-Schalke, para sonhar com mais uma Champions, para vibrar com os golos e para aplaudir os nossos campeões.

Temos estádio, temos presidente, temos treinador, venham apenas mais títulos!