“Houve algumas pedras no caminho”
Administrador admitiu “vergonha alheia” com comportamento da instituição bancária
Francisco Salgado Zenha, administrador da SAD do Sporting para a área financeira, detalhou as dificuldades sentidas na conclusão do empréstimo obrigacionista. “O processo foi muito complexo, tivemos muito pouco tempo para o trabalhar. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para ser o mais eficientes possível. Trabalhámos dia e noite e felizmente conseguimos. Houve algumas pedras no caminho. Diria que, ao contrário do que tem sido dito - e
“AO CONTRÁRIO DO QUE TEM SIDO DITO, NÃO USÁMOS OS BANCOS COMO BODE EXPIATÓRIO”, DISSE ZENHA
tenho lido alguns comentários sobre que nós estaríamos a usar os bancos como bode expiatório -, não usámos ninguém como bode expiatório, dissemos a verdade, os factos. O Novo Banco, BCP e a Caixa Geral de Depósitos tiveram uma atitude impecável nessa fase anterior à comercialização”, explicou o dirigente. Francisco Salgado Zenha deixou ainda duras críticas a outro banco. “O Montepio teve um comportamento que não dignifica a instituição. Quando chegámos foi-nos apresentado um calendário de emissão da nova emissão posterior à antiga, que previa um empréstimo intercalado, trabalhámos sempre com base nesse pressuposto. Esse empréstimo foi para aprovação do conselho de administração e já tinha sido aprovado um exatamente idêntico em maio com a administração anterior – e o Sporting nessa altura tinha uma liquidez muito pior do que agora, que temos fundos próprios. No entanto, surpreendentemente fomos enrolados praticamente até a um mês do reembolso e nesse momento foi-nos dito que rejeitavam esse empréstimo intercalado. O mais curioso foi a forma como nos transmitiram essa mensagem, que por uma questão de vergonha alheia não vou comentar”, atirou o responsável pelo pelouro financeiro.