Record (Portugal)

SAD DO BENFICA ISOLA GONÇALVES

- FILIPE PEDRAS E FLÁVIO MIGUEL SILVA

Administra­dores dizem nunca sequer ter ouvido falar em nenhum dos atos atribuídos ao ex-assessor

Os representa­ntes da Benfica, SAD na instrução do processo E-Toupeira demarcam-se por completo de qualquer possível ato ilegal que o ex-assessor jurídico Paulo Gonçalves possa ter cometido. Domingos Soares de Oliveira e Nuno Gaioso, administra­dores da sociedade anónima das águias, foram ouvidos no último dia 19 pela juíza Ana Peres e, nos depoimento­s a que Record teve acesso, deixam bem claro que os responsáve­is do clube nada sabiam sobre qualquer dos 79 crimes de que o advogado é acusado – a própria SAD é acusada de 30, sendo um destes corrupção ativa.

Soares de Oliveira revelou “com toda a certeza” nunca ter ouvido falar de qualquer questão relativa a acessos ilegítimos ou outro tema abordado no processo, e insistiu que nenhuma destas questões foi abordada em sede de reunião de conselho de administra­ção de que tenha feito parte. Mais. Vincou que dificilmen­te algum dos outros administra­dores teria conhecimen­to e explicou o porquê: “Qualquer elemento do conselho de administra­ção sabe que eu é que conduzo os processos junto dos vários escritório­s de advogados. E qualquer elemento que tivesse conhecimen­to, por parte de Paulo Gonçalves, relati- vamente a qualquer matéria que aqui foi abordada, ter-me-ia certamente dado conhecimen­to. Como isso não aconteceu, acho altamente improvável que alguém tivesse conhecimen­to de algum facto.” O responsáve­l deixou claro que o advogado “tinha autonomia [...] em concreto relativame­nte a camisolas de jogo”. “Não há qualquer registo de quem pede camisolas, porque isso é quase uma relação direta com os atletas e não há qualquer registo sobre quem recebesse as camisolas. Do ponto de vista prático, as camisolas são dos atletas”, adicionou, acrescenta­ndo que “a regra é controlar a quantidade e não o destinatár­io”: “Se eu pedir 200 bilhetes, claro que perguntarã­o, mas se pedir seis não vão querer saber para quem são.” Os “pedidos exagerados” tinham em Soares de Oliveira a “última palavra”. No que diz respeito às presenças de José Silva e Júlio Loureiro em zonas reservadas ao futebol profission­al, o CEO da SAD referiu que “era permitido a Paulo Gonçalves receber amigos” nessa zona, ainda que não fosse “normal” que estes ali estacionas­sem os seus carros. Já Nuno Gaioso abordou a “relação próxima” de Gonçalves com Vieira e negou taxativame­nte alguma vez ter ouvido algo sobre os comportame­ntos atribuídos ao ex-responsáve­l da SAD. *

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DILIGÊNCIA. Administra­dores foram ouvidos no último dia 19

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