Record (Portugal)

DRAGÃO GANHA A POUPAR

GOLOS DE SOARES E OTÁVIO E CONCEIÇÃO ZANGADO COM O RELVADO

- CRÓNICA DE RUI SOUSA

Quando Soares abriu o caminho para as redes de Mika, a concluir uma grande jogada entre Corona e Adrián López, ainda antes do quarto de hora, parecia que o FC Porto iria garantir tranquilam­ente a passagem aos oitavosde-final da Taça de Portugal, mas para se ver outro momento de inspiração foi preciso esperar até ao minuto 58, quando Otávio sacou da algibeira mais uma pérola que fez vibrar o público do Dragão. Os portistas aproveitar­am bem as duas jogadas mais bonitas do encontro e pouco mais conseguira­m de brilhante, face às difíceis condições em que estava o relvado.

Ainda assim, o FC Porto foi claramente a equipa mais forte e o sentido do jogo foi quase sempre único, muito por força da atitude que os comandados de Sérgio Conceição colocaram em campo desde o primeiro minuto, anulando todas as tentativas do Belenenses de sair a jogar. O técnico dos dragões tinha identifica­do os pontos fortes dos azuis e sabia que o caminho mais curto para atacar a baliza de Mika era pressionar a primeira fase de construção e colocar a bola com rapidez no último terço do terreno. Foi assim que Corona, cada vez mais uma aposta ganha no lado direito da defesa, fez uma incursão à área do Belenenses e combinou na perfeição com Adrián López, se- guindo-se depois o toque de Soares para o fundo da baliza. André Pereira teve o segundo golo nos pés logo a seguir e passado esse vendaval o jogo caiu numa toada morna, apenas quebrada por um remate mais aparatoso do que perigoso de Corona e um cruzamento traiçoeiro de Óliver Torres.

Libertação do Belém

A equipa de Silas só se libertou das amarras quase à saída para o intervalo, com Licá e Matija a testarem a atenção de Fabiano, e a segunda parte começou com o Belém a tomar a iniciativa, procurando surpreende­r os dragões. Otávio teve no pé direito a possibilid­ade de garantir uma vantagem mais confortáve­l quando desperdiço­u um penálti, mas viria a redimir-se pouco depois com mais uma jogada de antologia, passando por vários adversário­s e desviando a bola de Mika com classe.

Os portistas ficaram numa posição mais cómoda, mas não puderam descansar para o jogo do Schalke 04, uma vez que o Belenenses não se deu por derrotado e voltou a olhar para a baliza de Fabiano. À entrada para o último quarto de hora, Eduardo proporcion­ou a defesa da noite ao guarda-redes brasileiro, numa altura

em que Sérgio Conceição já tinha feito avançar para dentro do campo Sérgio Oliveira para dar maior consistênc­ia ao meio-campo. Com a saída de Otávio e a entrada do internacio­nal português, os dragões passaram a jogar em 4x3x3, de forma não só a terem mais bola como também impedirem atreviment­os do Belém. A partir daí as substituiç­ões de Conceição foram sempre no senti- do de controlar o jogo. Marega entrou para a direita, onde estava André Pereira, enquanto Chancel Mbemba somou mais uns minutos... agora no meio-campo.

Poupanças

As coisas correram de feição ao FC Porto e assim nem foi preciso recorrer a Danilo Pereira e Yacine Brahimi, que ficaram sentados no banco até ao final. Para além destes, Sérgio Conceição guardou Casillas e Maxi Pereira para a receção ao Schalke 04 e viu Otávio reforçar a sua proximidad­e dos titulares, com uma exibição boa em termos técnicos e de entrega. A prioridade passa agora por recuperar os jogadores do grande esforço despendido no pesado relvado do Dragão e virar o foco para a Champions, onde os dragões estão a um ponto do apuramento para os oitavos-de-final. *

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