“Não sou um treinador perdido”
O Benfica saiu goleado de Munique e já sabe que não segue em frente na Liga dos Campeões, mas o responsável da formação encarnada considera que tem ‘mãos’ para pegar na equipa e dar a volta a esta fase menos positiva
Vaifalarcomopresidentepara colocar o lugar àdisposição?
– Nesta altura, o importante são as questões do jogo. Falo com o presidente quase todos os dias e falarei sempre, mas o fundamental é analisar o jogo. É aí que me foco. O resto é acessório. Foi um jogo em que não estivemos bem. Não conseguimos operacionalizar a estratégia. Mérito para a equipa do Bayern, que foi superior.
–Falardepois é maisfácil,massetivesse de mudar alguma coisa agora, mudaria?
– Ali a meio da primeira parte e quando acontece o primeiro golo, pensámos que aquilo que tínhamos idealizado não estava a corresponder. Aquilo que queríamos era uma grande organização defensiva, que fôssemos agressivos na conquista da bola para partir para o ataque com mobilidade e velocidade. Os jogadores que tínhamos eram para dar corpo a esta estratégia. O Bayern limitou-nos nestas ações. –Naantevisão deste encontro,disse que era umhomem feliz. Depois deste resultado pesado, é um homemfeliz, mas perdido?
– Treinador perdido? Nem pensar nisso! Jamais! Feliz sou na minha vida. Sou um otimista por natureza, mas estou triste neste momento, tal como os jogadores no balneário e todos nós. É nestes momentos que se tem de ver o espírito de campeão, a união entre jogadores, equipa técnica, estrutura, administração, sócios; por mais que custe, temos de estar mais unidos. Quanto mais divididos estivermos, mais fácil será diminuir o Benfica. – Sente que a velocidade foi o que faltou naprimeiraparte?
– A velocidade tem a ver com vários aspetos. Se não pensarmos rápido, não há velocidade que resista. Pensávamos ser agressivos na con- quista da bola e depois sair com fluidez para o ataque. Esse primeiro passe estava a sair com dificuldade. Não conseguimos essa saída para depois lançar jogadores como Rafa e Cervi a fazer movimentos de fora para dentro. Não funcionou, fomos muito permissivos, o primeiro golo do Bayern foi sintomático. Entra na área com muita velocidade, e a esse nível paga-se caro. –Sente aequipasemrumo?
– Não é por uma questão de momento. Sabíamos que eles eram muito fortes, as qualidades e características dos adversários, mas o futebol é mesmo isto. Se estamos perdidos? Isso não. Já demonstrámos qualidade esta época. O impacto aqui é a saída da Champions e a entrada da Liga Europa. *