Desperdício
Real Madrid foi historicamente derrotado pelo modesto Eibar, por números absolutamente expressivos; nesse feito dos bascos, brilhou a grande altura, na defesa, o Paulo Oliveira, que o Sporting vendeu por um preço irrisório, dada a idade e qualidade do jogador.
No Deportivo da Coruña , agora na segunda divisão, afirmam-se as qualidades já detetadas na passagem pelo Chaves do jovem Domingos Duarte, que o Sporting emprestou a este clube.
No Nottingham Forest, do Championship inglês, tem lugar de destaque o Tobias Figueiredo, que o Sporting emprestou e cuja opção de compra, entretanto, foi acionada.
No Reading, também do Championship, refulge o saudoso Tiago Ilori, que o Sporting vendeu bem, mas prematuramente, ao Liverpool.
No Levski de Sófia, joga o Nuno Reis, capitão de equipa em todos os escalões de formação do Sporting pelos quais passou.
Demiral faz a felicidade do Alanyaspor, que o pode resgatar por 3,5 milhões de euros; entretanto foi internacional A pela Turquia.
Não falo do Rúben Semedo porque os factos vieram a demonstrar que havia um fundo de justificação na sua transferência ao Villarreal.
Emcontrapartida, tenho visto desfilar no Sporting defesasda qualidade de um Douglas, Ciani e Naldo, só para citar os mais recentes, que, sem ofensa, integravam aquela categoria que o meu avô designava de pernetas excelentíssimos.
Olho para o plantel atual de defesas-centrais do Sporting e ponho-me a pensar se alguns daqueles que mencionei não teriam lugar de caras, sendo seguramente soluções mais baratas e mais sportinguistas.
PONHO-ME A PENSAR SE ALGUNS DAQUELES QUE MENCIONEI NÃO TERIAM
Criou-se no Sporting uma síndrome, muito portuguesa, de desdenhar o que é da casa e exaltar o que vem de fora, muitas vezes ao arrepio da evidência dos factos.
Acho que há toda a vantagem em inverter esse ciclo, ser seletivo nas aquisições, clarividente nas dispensas e, sobretudo, potenciar aquilo que o Sporting tem de melhor, a sua formação.
Ainda no domingo passado, no meio do descalabro do jogo do Wolverhampton, brilhou um certo Rúben Vinagre; quatro anos de formação no Sporting e quem bem aprende, nunca esquece.
Pena é só, mesmo, não jogar de leão ao peito.