Record (Portugal)

O Benfica e Rui Vitória

- ENSURDECED­OR

Sofrer cinco golos em casa do Bayern Munique não é algo propriamen­te original. Nos últimos cinco anos, aconteceu a Besiktas, Arsenal (duas vezes), Rostov, D. Zagreb, FC Porto e Shakhtar. O problema é, como em quase tudo, o contexto. A um Benfica fulgurante a nível interno e com um bom histórico recente na Champions, uma derrota assim poderia ser ‘perdoada’ facilmente; o problema é que esta goleada – é a terceira vez que Rui Vitória vê a sua equipa perder por quatro ou mais golos na Europa – estava mais ou menos anunciada. Apesar de, e isto é outro detalhe importante no tal contexto, do outro lado estar o pior Bayern em muitos anos, uma equipa que até ontem somava três vitórias em oito jogos dispu-

DA PARTE DA SAD, OUVE-SE UM SILÊNCIO RELATIVAME­NTE AO TREINADOR

tados em casa, nenhuma delas por mais de dois golos.

Rui Vitória já deu a volta a situações delicadas no Benfica, mas a sua margem parece cada vez mais reduzida e, nesta altura, começa a ser difícil imaginá-lo no banco até final da temporada. As bancadas há muito que perderam a paciência, os sinais que a equipa mostra dentro de campo também não são animadores e, da parte da administra­ção da SAD, ouve-se um silêncio ensurdeced­or em relação à situação do treinador. Bem como, já agora, em relação ao possível regresso de Jorge Jesus, o segredo menos secreto do futebol português (resta saber se verdadeiro...).

Por muitas culpas que tenha, Rui Vitória merecia, no mínimo, uma demonstraç­ão clara de confiança da parte da SAD. Isso ou um divórcio imediato. Deixá-lo nesta espécie de limbo é uma injustiça, até por aquilo que já deu ao clube.

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