Campeões do IVA
A Assembleia da República votou favoravelmente a descida da taxa do IVA aplicada aos bilhetes para espetáculos culturais, incluindo os cinemas, festivais de música, o circo e as touradas. Esqueceu-se, porém, de cumprir com o prometido, excluindo os espetáculos desportivos, designadamente o futebol, que assim continuarão taxados a 23%.
A opção é, no mínimo, injusta. Nomeadamente, porque o futebol foi solidário com o país aquando da necessidade de subir o IVA da taxa mínima (6%) para a máxima (23%), numa altura em que a troika impunha austeridade. Isto significou um enorme sacrifício para as Sociedades Desportivas e teve, tam-
O FUTEBOL FOI SOLIDÁRIO COM O PAÍS AQUANDO DA SUBIDA DO IVA DE 6 PARA 23%. HÁ QUE RECORDAR...
bém, impacto na competitividade a nível internacional, passando o futebol português a ter a maior carga fiscal de todos os países que lideram o ranking da UEFA.
Nessa ocasião, como nas que se lhe seguiram, o discurso político foi no sentido de que a medida seria temporária e que ao enorme aumento de impostos sucederia o alívio da carga fiscal. A promessa foi cumprida, mas, infelizmente, só para alguns. E os espetáculos desportivos foram incompreensivelmente ignorados.
Apolítica não pode aparecer só na hora da fotografia com os campeões. Deve estar presente na hora de decidir com justiça e corrigir a injustiça. E no que ao futebol profissional diz respeito, nada disto aconteceu. Somos campeões europeus do IVA, mas vamos lutar contra esse título!