Record (Portugal)

VICTÓRIA NA PORTA DE SAÍDA

BRUNO LAGE SERÁ SOLUÇÃO INTERINA LUISÃO E JÚLIO CÉSAR ADJUNTOS

- NUNO MARTINS E SÉRGIO KRITHINAS

Jorge Jesus pode viajar em breve para Portugal, a mais de seis meses de terminar o vínculo contratual com o Al Hilal, para acertar contrato com o Benfica. Record sabe que, nos últimos dias, o treinador português tem sido muito pressionad­o para voltar já à Luz, uma vez que Rui Vitória está no fim a linha.

A exibição dos encarnados em Munique, onde sofreram pesada derrota (1-5), que custou o não apuramento para os oitavos-definal da Champions e a queda para a Liga Europa, provocou uma série de contactos no dia de ontem, entre os mais altos responsáve­is da estrutura do futebol encarnado [ver página 5].

Ontem, de acordo com as infor- mações recolhidas pelo nosso jornal, apenas Luís Filipe Vieira segurou o ainda treinador do Benfica. Mas hoje, depois de refletir em privado, o líder dos encarnados comunicará a decisão a Rui Vitória, sendo muito provável que deixe cair o homem que conduziu os encarnados ao tetracampe­onato, mas que viu fugir o penta. Vieira, de 69 anos, sempre deixou claro que Vitória era o treinador do projeto e que só não cumpriria o contrato (expira a 30 de junho de 2020) se não quisesse. Mas agora, mais do que nunca, está convencido pelos argumentos dos seus pares de que a hora é de mudança, pois é insustentá­vel manter o ribatejano, que voltou a ser contestado pelos adeptos no final do Allianz Arena.

Relações privilegia­das

Vieira também já assumiu que Jorge Jesus é uma alternativ­a, no caso de Vitória sair. Ainda na recente entrevista à TVI, realçou a amizade que o liga ao amadorense, de 64 anos, com quem fala “periodicam­ente pelo telefone”. Daí que o acordo não pareça difícil de ser alcançado.

Jesus, como tem admitido a círculos próximos, quer regressar a Portugal, tendo inclusivam­ente rejeitando oferta de renovação com o clube da Arábia Saudita, encarando o retorno Benfica com muito agrado. Todavia, tem uma ideia do que o plantel precisa. O contrato com o Al Hilal não é obstáculo, pois permite-lhe uma saída fácil, mediante o pagamento de uma verba relativame­nte baixa, a rondar um milhão de euros. De resto, a questão da tributação

pode ser compensada no contrato do Benfica, seja pelos valores, seja pela duração do mesmo.

Este é um dado muito importante. Se Jorge Jesus voltar a Portugal antes do final do ano, terá de pagar IRS no nosso país mesmo sobre rendimento­s obtidos no estrangeir­o, quando na Arábia Saudita a carga fiscal não é tão pesada. Para convencer o treinador, o Al Hilal ofereceu-lhe 7 milhões de euros líquidos por esta época de contrato. Se fosse em Portugal, seria um contrato de 14 milhões de euros brutos, verba impensável para a nossa realidade. *

ACORDO PARA O REGRESSO DE JJ NÃO SERÁ DIFÍCIL. QUESTÃO DA TRIBUTAÇÃO COMPENSADA NO CONTRATO

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