SACKO APRENDE A SER DECISIVO
Lateral agarrou o lugar com as duas mãos e a sua influência na equipa até já chegou ao ataque
De terceira opção a titular indiscutível no lado direito da defesa, depois de ultrapassados dois rivais com estatuto superior. É esta a história de Sacko, que veio para ficar no onze do Vitória e que tem aumentado, de jogo para jogo, a sua influência na manobra da equipa às ordens de Luís Castro. E, em Chaves, mostrou que as suas qualidades de lateral não se limitam à segurança defensiva, tendo assistido Davidson para o golo que valeu os três pontos aos minhotos. Esta afirmação do maliano, de 23 anos, pode causar surpresa na maior parte dos adeptos, mas, diz quem com ele priva, não é mais do que o culminar de um intenso trabalho que já vem de trás. Sacko chegou a Guimarães em janeiro de 2016, após uma aventura pouco feliz no futebol belga, e começou por se mostrar na formação B. As poucas vezes que atuou na equipa principal ficaram marcadas por exibições pouco consistentes, dando sempre a ideia de ainda não estar preparado para subir de degrau. Foi assim em 2016/17 e em 2017/18, onde totalizou sete encontros pela equipa A.
A sorte no azar
No verão, Luís Castro chegou a Guimarães e cedo percebeu que era necessário um outro lateral- direito para rivalizar com Víctor García e Sacko. A SAD fez a vontade ao técnico e do Shakhtar veio Dodô, um nome sonante e com passado nas seleções jovens do Brasil. Foi dele o lugar nas primeiras jornadas, até uma lesão o atirar para fora dos relvados. Estava na hora de Víctor García, não fosse um azar afastar também o venezuelano do jogo com o FC Porto. Sem as duas primeiras opções, avançou o terceiro colocado. Sacko foi titular no Dragão, exibiu-se a bom nível e, de então para cá, apenas foi poupado do jogo da Taça de Portugal com o Valenciano. De resto, foram dez jogos onde atuou os 90 minutos, sem ver qualquer cartão amarelo e com uma assistência no último jogo. Surpreendente? “Não para quem trabalha como ele. Só precisava do contexto certo e de uma oportunidade a sério”, diz quem o conhece. E parece verdade. *