LESÃO DE PASTORE ACELERA HERRERA
Construção do mais eficaz bloco defensivo da Liga NOS demorou, mas segue sólida. Agora até com a adição da ‘surpresa’ Corona
MELHOR SÉRIE DE JORNADAS SEM SOFRER À VISTA
O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita, diz o povo, mas por vezes até a sabedoria popular se engana. A melhor defesa da Liga NOS (por larga margem) e a 7ª equipa menos batida entre as 32 presentes na fase de grupos da Liga dos Campeões (juntamente com Schalke 04, Nápoles e Barcelona) teve um início de época difícil, a começar desde logo pela indefinição existente durante o verão, mas apresenta agora uma solidez cujos números falam por si. Uma construção sustentada que ofereceu até a Sérgio Conceição a sensação de segurança suficiente para apostar em Corona a titular na lateral direi- ta no recente dérbi da Invicta. O técnico, que não queria perder Ricardo Pereira para o Leicester no último verão – o que viria a acontecer –, bateu-se pela continuidade de Casillas e Maxi Pereira, em final de contrato, e viu a SAD cumprir o seu desejo. Com a permanência de Alex Telles a assegurar o lado esquerdo, o grande problema esteve no eixo. Marcano saiu e para o seu lugar chegou Mbemba, que ainda na pré-época se lesionou com relativa gravidade. Mantendo a confiança em Felipe, o técnico apostou de forma cer- teira em Éder Militão no papel de defesa-central, isto depois de o brasileiro se ter afirmado no São Paulo sobre o corredor direito. Até lá, ainda com o processo defensivo em afinação, Diogo Leite acabou por ficar ligado ao período de maior insegurança do FC Porto no campeonato: dos seis golos encaixados pela equipa na prova, cinco aconteceram nas 2ª e 3ª jornadas, ainda com o português no onze.
Rivais quase no dobro
Ao todo, os seis tentos consentidos fazem dos dragões o coletivo com a melhor defesa na competição, com menos quatro sofridos do que o Sp. Braga, que conta já dez golos. Os eternos rivais Sporting e Benfica quase que dobram o registo portista, com 11 tentos sofridos cada um. Depois da derrota sofrida às mãos do V. Guimarães, à 3ª ronda e em pleno Dragão, o FC Porto só viria a sofrer mais um golo nas oito (!) rondas que se seguiram, mais propriamente na Luz. Daí para cá contam quatro jornadas com a baliza a zeros, o maior registo da temporada e que permite aos dragões, caso não sofram golos do Portimonense, igualar a melhor série da era Conceição – no arranque do campeonato 2017/18, os dragões foram imbatíveis nas cinco rondas iniciais. Os números confirmam a sensação de segurança que por esta altura impera no Dragão. Sustentado pela resposta positiva do grupo, Sérgio Conceição até já arriscou dar um cunho mais ofensivo à lateral direita através da aposta em Corona logo de início. A repetir... *
TÉCNICO QUIS MANTER CASILLAS E MAXI, E CONSEGUIU-O, DEU CONFIANÇA A FELIPE E APOSTOU DE FORMA CERTEIRA EM MILITÃO