INDOMÁVEIS
BAS DOST BRUNO FERNANDES E BISARAM, MATHIEU FEZ GOLÃO DE LIVRE
LEÃO VIROU DESVANTAGEM DE 0-2 E SEGUROU O 2º LUGAR NUM JOGO ALUCINANTE
Um vendaval de futebol de ataque, feito de toque, movimento e uma vocação ofensiva que comprometeu toda a equipa, permitiu ao Sporting não só sobreviver às dificuldades criadas pelo Nacional como ultrapassá-las com brilhantismo; não só vencer um jogo que lhe estava a fugir entre os dedos como construir uma goleada inesperada e que, no fim, não sofre contestação. Foi a mudança de atitude registada ao intervalo que valeu aos leões a vitória de ontem; foi a noção de que, prosseguindo o comportamento apático dos primeiros 45 minutos, estaria condenado a vergar-se perante o adversário que lhe valeu, mais do que a conquista dos três pontos, a assinatura de uma exibi- ção empolgante, absolutamente esmagadora e que elevou a nota artística para valores ainda não atingidos na presente temporada. Bruno Fernandes encheu o campo e empurrou a equipa para a vitória (e ainda fez dois golos), subindo o nível depois da troca de Bruno César por Miguel Luís ao intervalo. Depois disso, o jogo nunca mais foi o mesmo.
Brilhante Nacional
Um golo aos 6 minutos lançou a primeira parte do jogo de Alvalade. Isto porque o Nacional prolongou para lá do que seria de esperar esse período ascendente. A equipa de Costinha acrescentou confiança (e um golo) ao plano e os seus jogadores foram revelando, com o passar dos minutos, superioridade indiscutível: mostraram-se mais fortes nas discussões dos lances, mais rápidos sobre a bola e mais potentes nos choques. Para lá do ascendente territorial, o Nacional beneficiou ainda do triunfo em quase todos os duelos individuais que o jogo proporcionou. O Sporting, preso de movimentos, não conseguiu ligar o seu jogo; utilizou um futebol aos repelões, inconsequente, e foi-se expondo perante um adversário em estado de graça – aos 15 minutos, a estatística aju- dava a explicar o que se passava, com 0-4 em remates e 5-0 em faltas cometidas.
Aos 25 minutos, a tendência acentuou-se com o segundo golo, que punha a nu as fragilidades leoninas e dava corpo à evidente superioridade insular. Durante alguns minutos, a incapacidade de resposta dos verdes e brancos chegou a ser preocupante. Só as 35 minutos o Sporting encontrou motivos para sorrir: fez um golo de penálti, reduziu a desvantagem e, mesmo tratando-se de um episódio isolado e sem contexto com o jogo, reentrava na discussão. O último troço do primeiro tempo já deu indicações de
um leão mais ativo, mais atacante e com forte apoio das bancadas.
Leão esmagador
O Sporting pôs logo as cartas na mesa: a equipa entrou forte, com dinâmica, intensidade e um modo mais objetivo de encarar as operações. O Nacional, tão superior nos primeiros 45 minutos, não teve argumentos; a equipa recuou, inicialmente dando a ideia de ser por opção estratégica, mas logo se viu que em causa estava a impossibilidade de acompanhar o ritmo imposto pelo adversário. O futebol leonino ganhou uma nova dimensão, revelou autoridade e, por incrível que parecesse atendendo ao passado recente do duelo, ficou claro que o golo era uma questão de tempo. O vendaval foi ganhando contornos imparáveis, também porque enquanto aumentava o volume ofensivo sportinguista, diminuía de forma drástica a eficácia madeirense – a componente física foi determinante na diferença que o marcador havia de registar. A fúria leonina levou o resultado para 5-2 e uma perspetiva de superioridade que, sendo indiscutível, foi posta em causa durante larga fatia do jogo. Nada que altere a convicção retirada das últimas impressões: o Sporting assinou os melhores 45 minutos da época. *