COM A LUZ DE JONAS
RUI VITÓRIA “Não tenho desalento nenhum. Tínhamos de ganhar assim”
PISTOLAS DE NOVO DECISIVO NO QUINTO TRIUNFO CONSECUTIVO
O Benfica, fruto de um magro 1-0 no Funchal, frente ao Marítimo, somou ontem a quinta vitória consecutiva desde o despedimento/readmissão de Rui Vitória após a hecatombe de Munique. A equipa continua sem sofrer golos, é um facto, mas, em termos de produção futebolística, a crise ainda não abandonou a Luz. Os encarnados tornaram-se resultadistas e optaram por uma atitude austera, o que se tem refletido, de um modo geral, nos espetáculos proporcionados. O técnico das águias diz que o tempo não está para floreados e esse princípio tem sido interpretado com rigor. Os adeptos só têm mesmo direito a ‘bens de primeira necessidade’...
O confronto com o Marítimo não fugiu, desta forma, à regra adotada num passado recente. O meio-campo não apresentou dinâmica e criatividade e não fluiu o jogo, o ataque viveu dos momentos de maior inspiração de Zivkovic e, na frente, Jonas apareceu a espaços... mas, uma vez mais, para resolver a contenda. Frente a uma equipa que não vence para o campeonato há quase quatro meses, mostrando ontem o porquê deste registo, o Benfica sentiu claras dificuldades para se impor. Até à meia hora de jogo, não existiu um claro domínio de qualquer das equipas. Jonas (5’), Rodrigo Pinho (15’), Pizzi (23’) e Vukovic (28’) ainda assinaram lances de algum ‘frisson’, mas que só ficaram na história do jogo porque mais nada de relevante aconteceu nessa altura. Foi, então, no último quarto de hora da primeira parte que o Benfica subiu as linhas, impôs o seu futebol e acabou por marcar o golo que sentenciou a partida. Zivkovic, na direita, a criar desequilíbrios sempre que fletia para o centro, e Grimaldo, no flanco oposto, começa- ram a desgastar com alguma regularidade a defesa do Marítimo. Tanto o fizeram que o golo acabou mesmo por surgir. O sérvio tocou para Pizzi, que serviu Cervi. Na di- reita (por mero acaso), o argentino cruzou de trivela para Jonas, que amorteceu no peito e acabou ‘atropelado’ por Amir. O brasileiro cobrou o respetivo penálti de forma irrepreensível e decidiu o jogo. No segundo tempo, as águias até entraram com a mesma disposição com que encerraram a primeira parte. O flanco direito, fruto das combinações entre André Almeida e Zivkovic, conseguiu uma outra jogada interessante. Curiosamente, logo no primeiro lance mais vistoso, o sérvio ganhou a linha de fundo e assistiu Gelson, que viu o remate com ‘selo de golo’ ser bloqueado pela defesa insular.
Pouco depois e um tanto estranhamente, pois o Marítimo abria muito espaço nos últimos 30 metros, o Benfica, talvez por força do cansaço que Zivkovic começava a evidenciar, abrandou na busca do segundo golo e preferiu controlar a vantagem, até porque o adversário já deixara o espartilho defensivo e fizera entrar Edgar Costa (médio de ataque) para o lugar do ‘6’ Gamboa.
Combate
Exceção feita a um cabeceamento de Correa (59’),em boa posição, e a uma remate frouxo de Jonas (76’), só com Amir pela frente, nada de especialmente relevante sucedeu até final... em termos de ocasiões de golo, claro.
É que foi relevante o facto de o Marítimo ter passado os últimos 20 minutos da partida no meiocampo encarnado! A equipa comandada por Petit não esteve perto do golo, é verdade, não conseguiu mais do que ganhar pontapés de canto consecutivos, mas ficou na retina a falta de soluções do Benfica para pelo menos continuar a exercer um domínio territorial. Assistiu-se, também, à pior fase do encontro, com faltas, entradas ríspidas e futebol com músculos a ranger. *